“Não fui eu quem acusou Imbassahy de nada, mas o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União. Quero apenas que investigue”. Foi assim que a deputada Luiza Maia, do PT baiano, reafirmou nesta terça-feira, 07 de abril, seu requerimento para abertura de uma CPI no intuito de investigar o superfaturamento da obra do metrô de Salvador, em 1999. Na época, o hoje deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB), vice-presidente da CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados, era o prefeito da capital.
Na opinião da deputada, o suposto superfaturamento nos contratos, de R$ 166 milhões, segundo denúncia do MPF e do TCU, cerca de R$ 400 milhões se os valores fossem corrigidos, são dados suficientes para abertura da investigação no parlamento estadual.
“Não sou desinformada e nem fui eu quem fez a denúncia, foi a Folha de São Paulo quem denunciou. Dizer que estou ‘jogando para a mídia’, ‘para a plateia’, é conversa de quem não tem proposição”, afirmou Luiza Maia ao rebater críticas da oposição. “Parlamentares precisam sair de invisibilidade”, disse.
A parlamentar petista disse ainda que, já que parte da mídia “monopolizada e partidarizada” não denuncia irregularidades, sobe à tribuna da Casa para divulgar o que não se divulga. “Se fosse alguém do PT nesta denúncia da Folha, a notícia já estaria sendo massificada”, ponderou.
Com mais de um mês de atuação, a CPI da Petrobras, no Congresso, a qual Imbassahy é vice-presidente, não convocou nenhum representante das empresas suspeitas do sobrepreço nos contratos do metrô de Salvador, também investigadas pela operação Lava Jato. Segundo a Folha, Imbassahy teria recebido R$ 30 mil da Braskem, empresa ligada á Odebrecht, R$ 250 mil da OAS e R$ 66 mil da UTC em doações nas eleições do ano passado.
Além das empresas Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, detentoras do contrato do metrô de Salvador em 1999, há ainda a suspeita de formação de um “consórcio oculto” envolvendo a Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Constran e Alstom.
Fonte: Ascom / LM