Camaçari é conhecida por abrigar maior Polo Industrial do estado, também pelos 70 km de praias mais visitadas do litoral norte baiano, assim como pelo povo acolhedor que faz o município de fato acontecer. Pessoas que nasceram na cidade, que fica há 40 km da capital baiana, e que possuem a singularidade que desperta um olhar curioso dos visitantes, que querem saber o que faz o camaçariense ser tão autêntico.
O município que completa 261 anos de emancipação política é um lugar que coleciona estrelas que brilham na música, na arte, no esporte, e na cultura, muitas delas romperam os limites territoriais da cidade para encantar o mundo e evidenciar o orgulho de nascer e se criar em uma cidade que como o próprio nome diz: árvore que chora, mas neste caso é de orgulho.
A modelo e bailarina do Faustão, Carol Amaral, 24 anos, é uma camaçariense de dá orgulho, e o sentimento de pertencimento e agradecimento é mutuo. “Sou muito grata e feliz por ser filha dessa cidade, levo o nome de Camaçari onde quer que eu vá. Camaçari faz aniversário no dia 28, e eu faço aniversário no dia 27, tenho tanto orgulho de dizer isso, pois é a minha casa, o lugar onde descanso, e me sinto acolhida. Sou apaixonada por cada detalhe, e a cada desenvolver da cidade o meu coração vibra. Amo desde as nossas praias, ao nosso centro, toda vez que visito a cidade eu tenho que passar pela feira de Camaçari, e também molhar os pés nas águas da nossa orla. Sou feliz por ser filha desse lugar “Luz”, que desempenha um papel tão importante na Bahia, que possui o maior polo industrial da América Latina, e é onde vive um povo acolhedor, sonhador, guerreiros e de bom coração. Parabéns Camaçari, estou com saudades!”.
Nascida e criada em Camaçari, a treinadora da Seleção Brasileira de Feminina, Dilma Mendes, é um exemplo de superação, força e determinação. Aprendeu a sonhar alto na cidade onde nasceu, e foi aqui também que despontou como técnica. O sentimento de gratidão a terra natal é uma forma de reconhecer a trajetória cercada de muitos momentos de lutas e vitórias que vivenciou na cidade.
“Nasci e fui criada por Dona Hilda e seu Henrique da estação. Na adolescência, lembro dos pontos de luz pública eram feitos por seu ‘Bermudinha’. Seguimos ele em toda Camaçari vendo as luzes sendo acessas às 4 da tarde. Viver em Camaçari também era assistir filmes de graça, pois Seu Máximo deixava a criançada entrar 0800. Hoje, receber títulos como treinadora é uma conquista. Nem sempre foi fácil enfrentar a decisão de jogar futebol no meio dos meninos… até acreditarem no que podia fazer com a bola no pé. Mas, exigiu de mim algo que talvez não imaginassem, precisava ser sábia, e isso certamente aguçou-me a característica de ser uma pessoa estrategistas. Tirar de letra o preconceito sempre foi determinante pra chegar aos 56 anos e poder ir pra uma Copa do mundo morando e vivendo em Camaçari. Daqui não saio e ninguém me tira. É o amor galera! Camaçari merece todo o meu amor e gratidão. Eu faço parte com orgulho ‘de um povo de alma aguerrida’”.
A dançar com alma e garra é mais que uma questão de empoderamento, quando se trata da dança do ventre em Camaçari. A professora camaçariense Ângela Cheirosa sabe que a dança é muito mais que esforço físico para sincronizar o passo. É luta, ao mesmo tempo em que é arte; é diversidade, é quebrar padrões estabelecidos, é oportunizar e respeitar o próximo. Com todo esse engajamento cultural, Ângela Cheirosa incentiva mulheres à dança e leva também um pouco da arte para outras cidades e Estados.
“É uma grande honra representar a força, o empoderamento e a diversidade da mulher camaçariense pelo Brasil. A dança do ventre tem proporcionado uma transformação não só como arte, mas como fonte de autoestima, autoconhecimento e valorização do feminino. Hoje, Camaçari é reconhecida nacionalmente como um polo dessa arte, onde a diversidade é respeitada e mulheres de todos os biótipos são praticantes e felizes”.
Outro camaçariense que merece destaque é o cantor Renatinho da Bahia, que já fez sucesso no É o Tchan e hoje segue carreira solo em países da Europa, onde lança um clipe em homenagem aos 25 anos de carreira. Para ele o sentimento por Camaçari é de gratidão eterna, pois foi em Jauá onde tudo começou. Investir no sonho foi algo que contou com o apoio da família. “Comecei muito cedo, com cinco anos na barraca de praia da mãe em Jauá, na Costa de Camaçari. Cantava na igreja porque era o único lugar que tinha microfone, ou era igreja ou carro da economia (brinca). Com 11 anos, em Vila de Abrantes, montei a primeira banda; com 15 anos cantava em barzinhos de Camaçari; com 16 anos participei da banda Mirim, quando eu dividi palco com Deny. Aos 17 anos comecei a cantar profissionalmente e foi o caminho sem volta, graças a Deus. Fui para É o tchan, passei no concurso, no ano 2000, entre os 1800 candidatos, fiquei em 1º lugar. Foi uma revolução na cidade. Eu todo lugar que vou digo que sou camaçariense, baiano da gema e tenho muito orgulho da minha terra”.
O mestre Bule Bule é aquele artista que todo mundo se orgulha. O maior repentista e cordelista vivo da Bahia reside em Camaçari. Ele coleciona em sua carreira várias músicas, seis cds gravados, produziu mais de 200 cordeis, imprimiu e distribuiu mais de 50; realizou milhares de apresentações (repentes e cantorias) nos quatro cantos da Bahia e outros estados do Nordeste e teve a honra de ser convidado na Europa e Estados Unidos.
“Viver em Camaçari é uma dádiva. É como aquele viajante que estava sem rumo e sem direção e encontra uma sombra e uma sombra muito próxima ao oásis. Então, Camaçari significa isso: um peão de trecho que vive pra cima e pra baixo atrás de pouso, o que encontra um trabalho rentável. Em 1968, cheguei aqui e encontrei um porto seguro para meu trabalho, depois construir família, tive meus filhos que se encontram aqui, estudaram nas escolas do município, como também a minha esposa que veio de longe e aqui se firmou e está se aposentando como professora dessa terra. Camaçari é meu porto seguro, portanto, viver em Camaçari é uma sustentabilidade perfeita”.
Esses artistas e os 300 milhões de habitantes de Camaçari, sendo eles nascidos ou não nesta terra acolhedora, são as causas do município ser tão rico e diversificado. O que faz Camaçari ser especial é, justamente, essa mistura cultural, o jeito de dizer obrigado sorrindo, de conquistar pela audácia de ser diferente, de ousar, inovar e resistir.
Parabéns Camaçari pelos seus 261 anos de história!