O prefeito ACM Neto (DEM) informou que a prefeitura de Salvador teve um empréstimo de R$ 38 milhões para a implantação da via que vai ligar Cajazeiras à BR-324 negado pela Desenbahia, a agência de fomento do governo do Estado. Em comunicado à prefeitura, a agência alegou “limitações orçamentárias para atender o pedido”.
Em resposta à recusa, Neto postou mensagem em seu perfil do Twitter dizendo que “não é pela insensibilidade do governo que a obra não vai sair”, e anunciou que fará a via com recursos próprios do município.
O prefeito informou ao A TARDE que o empréstimo foi acertado com o governador Jaques Wagner (PT) antes mesmo de o projeto ser enviado à Câmara Municipal, em agosto de 2013.
Neto diz estranhar que só agora a estatal negue o financiamento, quando o empréstimo teve a aprovação unânime dos vereadores de Salvador – inclusive os do PT -, e após o cumprimento de todos os trãmites burocráticos.
Em nota, a Desenbahia informa que apoia os municípios baianos nos limites de sua capacidade operacional, e que os recursos já aplicados são da ordem de R$ 105 milhões, distribuídos em cerca de 80 municípios. O valor médio dos financiamentos, segundo a estatal, está abaixo de R$ 1,5 milhão.
Diz a nota que para 2014 o orçamento da Desenbahia, para financiamento a municípios, é de R$ 30 milhões. “Sendo assim, não foi possível contemplar a solicitação da prefeitura por razões puramente orçamentárias e para atender o maior número possível de municípios”.
O prefeito, porém, contesta: “A minha conversa com o governador nunca foi o de empreender este projeto no rol normativo do banco na relação com os outros municípios. Estamos falando da Capital”, afirmou Neto. Perseguição política? “Prefiro deixar que o soteropolitano faça a sua avaliação”, sugeriu ele.
Briga de titãs
Este é mais um embate público entre ACM Neto, principal liderança da oposição na Bahia e apoiador da candidatura ao governo de Paulo Souto (DEM), e Jaques Wagner , que após dois governos consecutivos tenta eleger Rui Costa (PT) seus sucessor.
No mês passado, o governador acusou o prefeito de querer privatizar a Embasa, por não aceitar que a regulação e fiscalização de água em Salvador seja feita pela Agersa. Esta semana, os dois voltaram a trocara farpas em relação à licitação do transporte público da Capital.
Wagner quer que a licitação seja cancelada, por não ter sido submetido à Entidade Metropolitana, e por não contemplar a integração operacional e tarifária do sistema de mobilidade na RMS.
Neto diz não reconhecer a constitucionalidade da Entidade Metropolitana e classificou como ingerência política no município a atitude do governador.
Fonte – A Tarde