Depois que acabou seu show virtual na madrugada deste domingo (20), o DJ Alok postou uma foto no hospital com a mulher, Romana Novais, e Raika, filha caçula do casal, que está internada na UTI. A pequena nasceu em um parto prematuro no início do mês e precisa alcançar 2 kg para ir para casa.
“O after é aqui com minhas princesas. E aí, curtiram a ALIVE?”, escreveu o DJ na legenda da foto, que mostra Romana amamentando a bebê. After, em português “depois”, é como são conhecidos os eventos que acontecem depois da festa principal.
Romana teve um parto prematuro por conta de complicações causadas pela covid-19. “Devido a uma complicação da covid, entrei em trabalho de parto prematuro. A Raika nasceu ontem a noite, de parto natural. Tudo aconteceu muito rápido e graças a Deus ela nasceu muito bem”, escreveu Romana na ocasião.
No início do ano, em 10 de janeiro, eles tiveram o primeiro filho, Ravi. A previsão era que a nova filha nascesse no mesmo dia que o irmão, segundo eles anunciaram em julho.
Complicações
Romana explicou o que aconteceu para resultar no parto prematuro. Leia o relato.
“Queria primeiramente agradecer vocês por todo carinho, todo apoio nos últimos dias. Foram dias bem difíceis pra mim e pra mim família. Muita gente deve estar se perguntando o que aconteceu, por que a Raika veio antes. A gente ficou surpreso com esse parto prematuro também, foi um susto, não estava nos nossos planos, obviamente. Vim contar para vocês um pouquinho do que aconteceu, como forma de alertar também as gestantes, principalmente as gestantes do terceiro trimestre, que foi o meu caso, eu jú estava de 32 semanas.”
“Tudo aconteceu desde semana passada. Eu fiz uma vacina, a tríplice bacteriana, que é uma vacina que a gestante precisa fazer. E eu fiz essa vacina e tive um pouco de reação, fiquei com um pouco de dor no corpo e achei que era por conta da vacina só, não pensei que fosse alguma outra coisa que estava acontecendo. Além dessa dor no corpo, eu também estava com um pouco de dor no local da vacina, então acreditei mesmo que fosse somente isso que estava acontecendo”.
“Até que a dor no corpo começou a ficar mais intensa e a me incomodar muito. Fiz o teste de Covid, o Alok fez também, o dele saiu primeiro e deu positivo, então tive certeza de que a gente estava com Covid. Ficamos em isolamento em casa, nos cuidando, e as dores pioraram, comecei a sentir muita dor no corpo, uma dor que não dá pra explicar, parecia que todos os meus ossos estavam sendo quebrados de tanta dor que eu sentia. É uma dor muito estranha, uma sensação muito estranha”.
“Tudo fica obscuro, você sente muito medo. Eu particularmente fiquei com muito medo da doença. Até então, achava que a Covid não traria muitos sintomas para gestantes, mas me enganei e é por isso que quero esclarecer isso pra vocês. Achei que, por conta de toda a literatura, tudo o que tem saído, a gente não tem visto muitos casos de complicações em gestantes. Mas acontece, aconteceu comigo. Depois que acontece com a gente, a gente vê mais casos e eu tenho visto outros casos parecidos”.
“Comecei a ter muita febre também no período da noite, além da dor no corpo. Não tive nenhuma alteração respiratória, não fiquei com cansaço. E na quarta-feira, que foi o dia do parto prematuro, eu comecei a sentir contração, entrei em contato com os meus obstetras e fui pra clínica encontrar com eles, fazer um ultrassom”.
“Aparentemente, na ultrassom da Raika estava tudo perfeito, nenhuma alteração, mas, quando me levantei para fazer outro exame, comecei a sangrar muito. Foi realmente muito assustador. Eu sou da área de saúde, estou acostumada com sangue, mas a gente se ver sangrando assim numa situação grávida, foi realmente muito assustador mesmo.”
“O Alok estava comigo, ele foi me levar na clínica, porque estamos isolados por conta da Covid, então a única pessoa que poderia me levar até lá era ele. E a gente na verdade nem pensou muito, só entramos no carro. Eu falei: ‘Amor, não estou me sentindo legal, a Raika não está confortável, estou tendo contração’. Não me parecia ser contração de trabalho de parto, mas eu estava me sentindo desconfortável, conheço meu corpo, sabia que não estava legal”.
“Acho que a todo momento é importante nós mulheres escutarmos o nosso corpo. O corpo fala muito. Temos instinto da natureza feminina e, nesse momento, só escutei o meu corpo e falei: ‘Preciso de uma avaliação porque não está legal'”.
“Até então a minha gravidez estava sendo super saudável. Eu não tive nenhuma complicação durante a gestação da Raika, do Ravi também não. Infelizmente, o Covid me escolheu, e acredito muito que tenha sido também para eu trazer informação pra vocês, já que tenho essa janela aqui, muitos seguidores, muitas pessoas me acompanham”.
“Voltando ao acontecimento, eu comecei a sangrar muito na clínica. A Dra. Érica e o Dr. Domingos conduziram todo o caso com muita maestria. Inclusive, queria deixar aqui meu ‘muito obrigada’. Eu, o Alok, a minha família, não temos palavras para agradecer vocês por todo o carinho, atenção, prontidão. Somos amigos, mas na hora vi vocês trabalhando com tanto profissionalismo que me enche de orgulho ter pessoas como vocês ao nosso lado, saber que posso contar com vocês num momento tão delicado”.
“A gente correu pro hospital, eu nem pensava muito. A Érica já passou o acesso em mim na clínica mesmo e fomos correndo no carro para o hospital. É tudo que pensava era que eu precisava salvar a minha filha de qualquer forma, porque também não sabia o que estava acontecendo e a Érica não queria passar nada pra mim, só falava: ‘Amiga, fica calma, vai ficar tudo bem’. Eu gritava muito, só pensava na Raika, queria resolver tudo logo”.
“Quando chegou no hospital, estava com muito medo e aconteceu tudo muito rápido, a Raika nasceu muito rápido. Eu não estava esperando que ia ser tão rápido assim. primeiro eu nem esperava que fosse conseguir fazer um parto natural, porque eu sentia muita dor, mas a Raika precisava sair, ela não estava num ambiente confortável. Eu continuava sangrando muito e apresentei um quadro de CIVD, que é uma das situações raras na obstetrícia. Quem é da área vai saber do que estou falando, por tão perigosa que é essa situação”.
“Eu apresentei esse quadro, que é quando a placenta sangra muito e, ao mesmo tempo, tem muito trombo. E os médicos precisam atuar com muita agilidade, com muita rapidez. E foi isso que meus obstetras fizeram. Na verdade, é um distúrbio na cascata de coagulação. O quadro se estendeu por todo meu corpo, e eu estava correndo risco de vida. É uma situação muito complicada”.
“Graças a Deus, estou viva, estou bem, deu tudo certo. Fiquei na UTI logo em seguida, a Raika também. a gente se separou, eu não tive opção. Não pude pegar ela no colo, não pude amamentar, não pude ter minha golden hour com ela. Tudo isso por conta da Covid.”
“Então, pras gestantes que, assim como eu, achavam que a Covid não pode nos trazer muitos sintomas, complicações, eu deixo aqui o meu testemunho pra vocês de que eu entrei na estatística das mulheres que tiveram complicações por conta do Covid, e queria deixar vocês em atleta também para se cuidarem ao máximo. Essa doença é muito violenta e, mesmo sendo jovem, saudável, sem riscos, eu me encontrei numa situação que não desejo pra ninguém. É muito assustador passar por isso. Estou muito assustada até agora”.
“E agora não me canso de agradecer a deus por esse milagre. A minha pequena me salvou, a gente se salvou e eu espero do fundo do meu coração que ela saia o mais rápido possível da UTI. Eu já vim para casa e ela permanece lá, nasceu prematura e precisa se manter sob cuidados médicos. Ela está bem, clinicamente estável e evoluindo muito bem, graças a Deus”.
Fonte: Correio