sábado, 14 jun 2025

Atlas da Violência: Camaçari aparece em 4º lugar como a cidade mais violenta da Bahia

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Sanju da Bahia

Salvador é a capital mais violenta do Brasil, aponta estimativa do Atlas da Violência 2024, divulgado nesta terça-feira (18/6), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2022, a capital baiana, de acordo com o estudo, registrou 66,4 assassinatos a cada 100 mil habitantes – a média geral do Brasil é de 24,5. Naquele ano, ocorreram 1.605 mortes violentas na cidade. Além disso, as cinco cidades mais violentas do país ficam na Bahia, que é o estado com maior taxa de homicídios do Brasil.

Em números absolutos de homicídios, ou seja, sem considerar a proporção de mortes por habitantes, Salvador, com população de 2,4 milhões, perde apenas para São Paulo, que tem 11,5 milhões de moradores: na capital paulista, foram registrados 1.762 de assassinatos em 2022, totalizando 157 mortes a mais do que no município baiano.

Em relação ao país como um todo, a cidade mais violenta é Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, com 94,1 mil assassinatos a cada 100 mil habitantes. Na sequência, vem Jequié (91,9), Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6) e Juazeiro (72,3). Dentre os 20 municípios mais violentos do país, onze estão na Bahia.

NORDESTE

Em relação a todo o Brasil, a região Nordeste é apontada como a mais violenta pelo Atlas da Violência 2024. O estado com maior taxa de homicídios estimados na região, em 2022, foi a Bahia (46,8), seguida do Ceará (39,0), Pernambuco (37,7), Rio Grande do Norte (35,5), Alagoas (34,9), Sergipe (34,3), Maranhão (27,6), Paraíba (27,4) e Piauí (25,2), o estado com menores índices em toda a série histórica analisada.

Na Bahia, praticamente todos os municípios litorâneos têm taxas acima de 47 homicídios estimados por 100 mil habitantes em 2022. Quatro desses municípios estão na Região Metropolitana de Salvador: Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6), Salvador (51,1) e Lauro de Freitas (51,1).

No Centro-Norte Baiano, Feira de Santana (66,0) lidera o ranking. Ao sul, todos os municípios apresentam taxas de homicídio elevadas: Eunápolis (59,8), Ilhéus (59,3), Teixeira de Freitas (57,8), Porto Seguro (49,9) e Itabuna (47,7). No Extremo-Oeste, a maior taxa foi em Luís Eduardo Magalhães (58,4).

FACÇÕES CRIMINOSAS

De acordo com o Atlas da Violência 2024, pelo menos até 2022, pelo menos dez facções disputavam territórios em terra e na Baía de Todos os Santos, “espaço geográfico estratégico para a logística de transporte, fornecimento e exportação de drogas e armas”, diz o documento.

Além do PCC e do CV, a Bahia tem mais oito grupos criminosos fundados no próprio estado, que provocaram conflitos letais derivados de rupturas e alianças, como entre o Bonde do Maluco (BDM) e o PCC. Além disso, o estudo ressalta que, no estado, “há histórico de violência policial letal”:

“As ações do governo local até 2022 reproduziram o modelo falido de guerra às drogas, experimentado no RJ, com a explícita orientação para o confronto como estratégia política, na lógica do tiroteio, e não da investigação”. Como consequência, a Bahia também lidera os índices de letalidade policial do Brasil.

BRASIL

O Brasil pode ter deixado de registrar 24,1 mil homicídios de 2019 a 2022, segundo estimativa do Atlas da Violência 2024. Isso representa 11,3% do total de homicídios estimados no país no período.

Calcula-se que, no período, ocorreram 213,7 mil assassinatos, mas apenas 189,6 mil foram registrados. Só no ano de 2022, segundo o Ipea, estima-se que 5.982 assassinatos não foram contabilizados, ou seja, 11,4% do total estimado (52.391).

De acordo com o Atlas da Violência 2024, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes registrada no país em 2022 foi 21,7, mas se considerar também os assassinatos ocultos, ela sobe para 24,5, uma diferença de 2,8 pontos. Em 2017, a diferença era de 1,8 ponto (31,8 de registros ante 33,6 de estimados).

Se considerarmos apenas a taxa de homicídios registrados, a queda entre 2012 e 2022 chegou a 24,9% e, entre 2021 e 2022, alcançou 3,6%. Se formos considerar a taxa dos assassinatos estimados, no entanto, as quedas são bem menores: -20,5% e -1,6%, respectivamente.

RECORTES

A taxa de homicídios de mulheres (3,5 por 100 mil) apresentou quedas ante 2017 e 2022 (de 25,5%), mas manteve-se estável em relação a 2021. Em relação à cor/raça, a taxa de homicídios de negros no país (29,7) é quase três vezes maior que a de não negros (10,8).

Por outro lado, a taxa de homicídios de negros também recuou em 2022: -4,2% ante 2021, -31,1% em relação a 2017 e -19,7% na comparação com 2012.

A taxa de homicídios de indígenas apresentou alta nos anos de 2020 e 2021, depois de cinco anos de quedas, mas voltou a recuar em 2022, chegando a 21,5 por 100 mil habitantes, ficando abaixo da média nacional (21,7). De 2021, quando a taxa foi 29,7 por 100 mil, para 2022, a queda foi 27,6%.

Atlas também traz dados sobre o aumento da violência, em geral, contra a população LGBT. Houve aumento de 39,4% nos registros de violência contra homossexuais e bissexuais e de 34,4% contra travestis e transexuais, em 2022, na comparação com o ano anterior.

ARARTU

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