Caminhoneiros continuam interditando parcialmente a Via Expressa, sentido Porto de Salvador, na manhã desta quarta-feira, 25. O protesto teve início nesta terça, 24, quando cerca de 50 caminhões foram usados na mobilização.
Além da manifestação na capital, caminhoneiros permanecem bloqueando outras rodovias nesta manhã, como a BR-020, no km-211, e BR-242, entre os kms 874 e 887. Os manifestantes permitem apenas a passagem de veículos pequenos e ônibus. Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão no local acompanhando o protesto.
Nesta terça, segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal, cerca de 115 pontos de bloqueio foram registrados na Bahia, Ceará, Pará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo. A mobilização já dura sete dias e ocorre por conta do alto preço do combustível e o baixo valor do frete.
O caminhoneiro Antônio Lima Lopes, há 42 anos na profissão, disse que, além da pauta nacional, as condições de trabalho no Porto de Salvador são “precárias”. “Não dispomos de banheiro nem água para beber. Quando chove, é muita lama, quando faz sol, muita poeira”, reclamou Lopes.
Elielson Pereira disse que os valores dos fretes aqui estão defasados: “Há mais de cinco anos é cobrado R$ 350 no frete para o CIA-Aeroporto (região metropolitana). Só de diesel gastamos R$ 110. É impraticável”.
O diretor de operações da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), Renato Neves, informou que tentou, sem sucesso, contato com as transportadoras para avaliar as reivindicações.
“Os preços do diesel e do frete não são atribuições da Conder, mas estou à disposição para intermediar, junto às transportadoras, a negociação. Estamos sem operar desde as 10h, e isso é prejuízo para todos”, afirmou Neves.
Feira de Santana
Em Feira de Santana (a 109 km da capital), um grupo de 200 profissionais interditou parcialmente o trânsito no km-420 da BR-116 Norte. Os caminhoneiros, inicialmente, interditaram totalmente o trânsito no local, ateando fogo a pneus.
O Corpo de Bombeiros, no entanto, foi acionado e apagou as chamas. Quem passava pela passarela Conceição Lobo, que fica no local e é utilizada por pedestres para passar de um lado a outro da rodovia, ficou receoso, já que as chamas estavam altas.
“Esperei eles apagarem o fogo. Fiquei com medo que nos atingisse na passarela, pois eles atearam fogo em dois pontos”, disse a doméstica Cícera Gomes.
Policiais Rodoviários Federais (PRF) foram até o local e, após conversa com os caminhoneiros, os veículos foram retirados da pista e ficaram estacionados no acostamento.
“Iremos ficar parados aqui até termos uma solução. A presidente disse que o país não pararia por causa da gente, mas ela está enganada, pois as mercadorias só chegam aos seus destinos por causa dos caminhoneiros”, frisou outro caminhoneiro, que preferiu não ser identificado.
Oeste
Na cidade de Luís Eduardo Magalhães, no oeste do estado, os caminhoneiros interditaram parcialmente três trechos das rodovias federais: o km-880 e o km-890 da BR-242 e o km-200 da BR-020. No local, cerca de 100 caminhões estão parados em uma parte da pista, fazendo com que o trânsito fique lento no local, já que os veículos só podem utilizar um lado da pista.
De acordo com a PREF, houve momentos de congestionamento, mas nada que atrapalhasse o fluxo dos veículos. Não foi utilizado fogo nos pneus, embora o grupo tenha levado faixas e pneus velhos. Lá os manifestantes afirmam que não tem um período para desocupar a rodovia.
Fonte: A Tarde