segunda-feira, 17 mar 2025

Com gasolina cara, as bicicletas ganham as ruas de Salvador

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Após o aumento no preço do litro dos combustíveis e da queda na venda de veículos no país no mês de janeiro – segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a baixa foi de 31,4% em comparação com o mês de dezembro de 2014 –, alguns baianos já começam em pensar em alternativas para tentar economizar com o transporte dentro de Salvador. Uma delas é a utilização das bicicletas para driblar o trânsito caótico da capital baiana e contribuir para a não poluição do meio ambiente.

Para muitos, este meio de locomoção, além de economia, diminui o tempo até o trabalho e traz benefícios à saúde. Segundo dados de dezembro de 2013 da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), quase 800 mil destes veículos foram produzidos no Pólo Industrial de Manaus (PIM).

Os donos de lojas especializadas em bikes comemoram o aumento nas vendas e acreditam que a tendência é de crescimento. “As pessoas têm vindo e comprado muitas bicicletas, principalmente aqui na região. Para se ter uma ideia estamos até em falta de alguns itens como sinalizadores. Até a semana passada, não tínhamos nem capacete para vender”, disse José Mário de Almeida Gonçalves, dono de um estabelecimento no Matatu de Brotas. Na loja dele, há modelos para todos os gostos. O preço das “magrelas” varia entre R$ 360 (com 18 marchas) e R$ 2.700 (com 27 marchas e toda feita de alumínio). Mas há também algumas que custam o preço de um carro popular: R$ 30.000.

De acordo com ele, o perfil desse público é, geralmente, de pessoas mais humildes, que buscam um meio de transporte mais cômodo para ir trabalhar e fazer economia. “É um pessoal que também usa a bike para se divertir nos finais de semana, buscando gastar pouco. Mas, ao mesmo tempo, temos gente que vem aqui comprar apenas pensando em sair por aí, pedalando”, contou Gonçalves.

Já quem tem uma bicicleta “encostada” em casa e pensa em utilizá-la novamente como meio de locomoção, as lojas oferecem o serviço de manutenção e troca daquelas peças que já não servem mais. “O que mais trocamos aqui são correntes, freios e pneus. Os clientes deixam as bikes aqui e depois vêm buscar”, falou Manuel Alves Filho, dono de uma loja que fica no bairro do Imbuí. O custo, segundo ele, pode chegar até R$ 1.000 a depender do estado do meio de transporte.

No entanto, apesar de também ter registrado um aumento nas vendas no estabelecimento nos últimos dois anos, ele alerta para a falta de conscientização por parte dos motoristas de carros da capital baiana. “Muitos deles ainda não respeitam, não reconhecem que o ciclista também faz parte do espaço urbano nas ruas e avenidas”, comentou Alves Filho. A Prefeitura informou que, até 2016, a capital baiana terá cerca de 350 km de ciclofaixas. Atualmente, são pouco mais de 50 km espalhados pela cidade.

Ciclistas comemoram
Quem já usa as bicicletas como meio de transporte em Salvador, vê com bons olhos possível aumento no número de ciclistas, mas ressalta que ainda há muito que ser feito para que as pessoas larguem de vez os carros e passem a usar as bikes. “Vejo isso de uma forma muito positiva. No entanto, os motoristas precisam se educar mais com relação aos ciclistas. Não sei se esse aumento nos combustíveis é um fator determinante, uma vez que ainda temos um trânsito caótico feito para os carros”, comentou o professor, Cláudio Santos.

Desde 2007 ele usa a bicicleta para se deslocar de casa, que fica no bairro de Amaralina, até o trabalho, em Castelo Branco, e leva entre 45 e 50 minutos para realizar o trajeto. Apesar dos muitos obstáculos pelo caminho, ele enaltece as vantagens de utilizar o veículo. “É muito mais divertido, ecológico e mais rápido, além de não dependermos de ônibus e não ficarmos presos nos engarrafamentos”, salientou.

Já o auxiliar de farmácia José Augusto da Paixão, que há dez anos utiliza o meio de transporte para chegar até o serviço, reclama quando precisa pegar o ônibus para se deslocar dentro da cidade. “Há um mês, sofri um acidente na BR-324, por conta da irresponsabilidade de um motorista e fraturei a clavícula, patela e fêmur. Quando preciso chegar ao Matatu, saindo da Santa Cruz, levo pouco menos de 20 minutos de bicicleta. Mas, na minha situação, dependo dos coletivos, o que é muito desmotivante, uma vez que eles, às vezes, demoram muito para passar no ponto”.

Fonte: Tribuna da Bahia

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