A procura por cursos de educação a distância (Ead) aumentou de um ano para o outro em cerca de 50% em todo o país, conforme resultado de um censo realizado pela Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed). Na Bahia não foi diferente, pois em 2012 mais de 84 mil estudantes se matricularam nestes cursos, 9 mil a mais que no ano anterior.
O presidente da Abed, Fredric Litto, em entrevista recente ao Programa “Campus Virtual em minutos”, da Universidade Cruzeiro do Sul (SP), disse que no Enad (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) de 2007 até o hoje, os alunos de ensino a distância tiraram notas superiores aos alunos que estudaram presencialmente. “Isto destrói aquela sugestão de que a educação a distância de nível superior no Brasil não tem qualidade”.
O professor lamenta que o recente Plano Nacional de Educação tenha se esquecido do ensino a distância, alegando que não existe quase nada sobre o EaD, embora haja toda uma evidência no exterior e no Brasil que toda a educação presencial está sendo violentamente modificada pela presença da educação a distância.
“Aprendizagem com apoio e intermediação de tecnologia é uma estratégia que está modificando e influenciando profundamente as raízes de aprendizagem com compreensão e competência. Nosso Plano Nacional de Educação não menciona isto. Quer dizer, é uma marginalização de uma das modalidades estratégicas mais importantes que a educação tem hoje em dia e está à frente com novas tecnologias”, afirma o presidente da Abed.
Para se certificar de que a faculdade é credenciada pelo Ministério da Educação (MEC) o candidato a um EaD ou qualquer curso de ensino presencial deve pesquisar no site http://emec.mec.gov.br/, em que aparece o estado, as cidades e os estabelecimentos de ensino que são autorizados pelo órgão.
Sobre o funcionamento de um curso deste porte , a coordenadora-geral de cursos de Educação a Distância (EaD) da Unijorge, Karen Sasaki, disse que “cada instituição tem uma metodologia de oferecer cursos, mas para todas são obrigadas a avaliação. Nossas aulas são roteirizadas, planejadas e gravadas previamente, material didático diversificado, objetos de conteúdo interativo”.
Segundo a coordenadora, a obrigatoriedade de o aluno ir a escola é na avaliação, que tem que ser presencial, na visita técnica logística, citando o exemplo de alunos que recentemente visitaram o Porto de Salvador, nas aulas práticas ou nos estágios supervisionados.
Graduação por preços acessíveis e diploma legal
Sasaki aponta os cursos de graduação como os que mais crescem nesta modalidade de ensino. “Começaram a expandir as ofertas de cursos através dos polos presenciais, iniciando nas cidades que não possuíam estes cursos, oferecendo preços acessíveis”.
Em relação aos profissionais que se formam em Ead como enfrentam o mercado de trabalho, se há discriminação, a coordenadora afirma que isto não ocorre porque “no diploma não existe nenhuma diferença, é o mesmo papel, texto e forma. Em um processo seletivo só se ele revelar”.
Os alunos, além do respeito ao horário, têm que ter compromisso, responsabilidade, iniciativa, relacionamento interpessoal. Há uma exigência da instituição em relação a isto, de acordo com Sasaki. E os perfis de quem escolhe estes cursos são : “Alunos que não têm possibilidade de curso presencial ou alunos que precisam de um curso rápido”, revelou a coordenadora.
A dirigente enfatiza que os cursos a distância possuem o mesmo tempo, a mesma quantidade de mestres e doutores , exigidos pelo MEC, o mesmo indicador e a única coisa que muda é o método físico e virtual.
Fonte: Tribuna da Bahia.