A situação econômica do país continua bem crítica, refletindo com força no comércio baiano. Mesmo com o fim da Liquida Salvador, muitos lojistas estenderam e até ampliaram as promoções. Em muitas lojas, o desconto chega a ser de 70%. A medida é para atrair o consumidor, que vem se mostrando comportamento tímido diante das compras, desde o fim do ano passado.
Uma camisa pólo masculina que no período da Liquida Salvador estava custando R$ 230, hoje sai por R$ 79 na MM Modas. “Estamos investido forte nas promoções para chamar a atenção do consumidor. A Liquida não foi tão satisfatório, mas conseguimos ter uma alta. Desde dezembro que o movimento não vem atendendo a demanda, e isso foi um pouco suprimido nos últimos 20 dias. Então estamos estendendo as promoções para manter e atrair o consumidor” revelou o gerente Marcelo Nogueira.
A Login Informática também aposta na redução de preço. “A Liquida foi bem abaixo do esperado, e nenhum dia superou o evento no ano passado. Reduzimos ainda mais os preços dos produtos, mas a grande promoção é apenas com os produtos da nossa marca. Outras marcas voltaram ao valor normal, porque não dependem muito da empresa”, revelou Alan Gomes, assistente comercial.
Um dos motivos das grandes promoções também é a queima de estoque. Lojas que trabalham com coleção investem no “bota fora” para vender todas as peças da coleção passada. “A coleção outono-inverno já chegou e precisamos limpar o estoque. Essa ‘queima de estoque’ acontece todos os anos, já é costumeiro. Seria bom se toda a coleção fosse vendida antes da próxima chegar, mas não é assim que acontece. Algumas peças são únicas, então o consumidor pode encontrar algum produto bem mais barato do que estava durante a Liquida”, explicou o gerente de uma loja de calçados, que preferiu se manter o anonimato.
Pessimismo
“A Liquida Salvador foi morna, muito aquém do esperado, mesmo sendo um evento bastante importante. Os lojistas estão promovendo altas promoções para atrair o consumidor, que tem se mostrado extremamente retraído nos últimos meses”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Lojistas da Bahia (Sindilojas/BA), Paulo Motta.
O Dia das Mães faz de maio o segundo mês mais importante para o comércio do país. Mas o atual cenário econômico brasileiro é tão crítico que Motta não se mostra muito otimista. “Estamos com muita cautela, vamos acompanhar o comportamento do governo em relação a esse cenário. Agora, só podemos esperar para ver como o governo federal vai lidar com a política fiscal. A crise que afeta o mundo está forte, e os consumidores estão tímidos para as compras”, confirmou.
Fonte: Tribuna da Bahia