Mesmo com a onda de conscientização nas campanhas do Outubro Rosa, muitas mulheres devem esperar o fim da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) para retomar consultas médicas e exames de rotina fundamentais na detecção do câncer de mama. Segundo um levantamento do Ibope, em parceria com a farmacêutica Pfizer, o número de entrevistadas com a idades a partir de 20 anos que fará esse adiamento foi de 62%. O índice foi ainda mais alto a partir dos 60 anos, chegando a 73% das participantes.
O estudo acende o alerta para os cuidados com a saúde em meio às preocupações de infecção pela Covid-19. “As pessoas pararam de ir à hospital, laboratório e centro de diagnóstico, com medo de aglomerar e pegar coronavírus. Mas o problema é que o câncer não espera, então, se você deixa de fazer o seu exame de rastreamento a partir da idade que se recomenda, você perde a oportunidade de evitar situações mais graves”, explicou Mônica Stiepcich, patologista do Grupo Fleury.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), 70 mil diagnósticos de câncer deixaram de ser realizados entre março e junho deste ano, realidade que pode, a curto e médio prazo, causar um aumento nos índices de tumores descobertos em fase mais avançada. Quinto em mortalidade e segundo que mais atinge mulheres, estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apontam o número esperado para novos casos de câncer de mama na Bahia é de aproximadamente 3.460, sendo, 1.180 apenas em Salvador.
Um dos tripés no diagnóstico precoce, a mamografia é a ferramenta considerada ideal para o rastreamento da doença, segundo Monica. Ela explica que normalmente um tumor não é doloroso e que a faixa etária de 45 a 60 anos é a indicada para realizar o exame. No entanto, mulheres que possuem mutação do gene TP53 – Síndrome de Li-Fraumeni – ou com histórico de câncer na família devem fazer antes disso, por volta dos 30 anos.
“Uma em cada oito mulheres terá câncer de mama até os 70 anos. A gente tem que estar todo mês tentando fazer o ritual do autoexame e fazer os exames preventivos. Se qualquer coisa alterar, procurar o serviço médico. Além disso, é procurar fazer a nossa parte controlando o peso, não comer muita gordura, fazer uma dieta saudável e atividade física regularmente. Isso diminui o risco do câncer de mama”, recordou Monica.
Em outubro, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), oferece cerca de 10 mil mamografias gratuitas em unidades móveis estacionadas em diversos pontos da capital baiana (confira no box de serviços). No interior do estado, ações serão desenvolvidas em 16 Policlínicas Regionais de Saúde.
Fonte – A Tarde