As Eleições 2014 devem contar com 25 mil candidatos, mais do que o dobro (120%) das 11.378 pessoas que se candidataram a cargos públicos nas eleições de 1994, 20 anos atrás. No mesmo período, o número de eleitores cresceu 50%, de 95 milhões para 142,8 milhões.
O maior crescimento no número dos candidatos é entre os que disputam vagas na Câmada Federal — o número de candidatos a deputado federal subiu de 3.008, em 1994, para 7.018 neste ano, num aumento de 133%. Para os cargos majoritários de presidente e governador, contudo, a variação é muito pequena.
O crescimento no número total de candidatos se deve, entre outros fatores, ao aumento da relevância regional dos partidos políticos, segundo Roberto Gondo, professor do Mackenzie e presidente da Politicom. Segundo ele, hoje há mais partidos interessados a montar uma lista de candidatos do que durante a década de 1990. Além disso, “pode haver um número maior de cidadãos que queiram fazer uso das candidaturas federais e estaduais para se fortalecer nas candidaturas do município”, dois anos depois.
Outro fator que parece contribuir para o crescimento do número de candidaturas ao longo dos anos é a obrigatoriedade de apresentar um percentual mínimo de candidaturas femininas, segundo Gondo. Legislação de 1997 obriga a proporção de pelo menos 30% de mulheres entre os candidatos de cada partido ou coligação.
— Na maior parte dos partidos, eles saem caçando pessoas nas ruas. Homologam candidaturas para poder preencher a cota mínima. Não significa que as pessoas querem lutar mais pela democracia. O sistema acaba empurrando a cadastrar candidatos.
Presidente e governador
Enquanto o número de candidatos a deputado estadual e distrital pulou de 7.962 para 17.785 em 20 anos, a quantidade de políticos interessados em se eleger presidente, governador ou senador permanece praticamente a mesma — no caso das disputas pelos governos dos Estados, aliás, o número vem caindo desde 2002 (veja os números na tabela abaixo).
Segundo a cientista política Maria Teresa Kerbauy, professora da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo), o que mantém estável o número dessas candidaturas majoritárias é a concentração da disputa basicamente entre dois partidos, PT e PSDB, com a participação esporádica do PMDB.
— A partir de 2002, essa competição entre PT e PSDB se torna muito forte e impede que outros partidos menores consigam se viabilizar. Assim, eles escolhem participar das eleições proporcionais, e não majoritárias.
Para a professora, o encarecimento das campanhas também influencia na estabilidade do número de candidaturas majoritárias. Além disso, como nem todos os partidos conseguem desenvolver relevância nacional, eles acabam preferindo se concentrar em disputas regionais.
Fonte: R7.