Representantes de donos de postos de combustíveis e de frentistas se reúnem nesta quarta-feira, 6, às 14h, no Ministério Público do Trabalho na tentativa de chegar a um acordo. Nesta terça, 5, no segundo dia de greve no estado, poucos postos em Salvador e Lauro de Freitas paralisaram as atividades, na avaliação do Sindicombustíveis Bahia (sindicato que representa os empresários).
Teriam sido paralisados, “pontualmente e temporariamente”, apenas 10% dos estabelecimentos, localizados nas avenidas Bonocô e Paralela e região do Iguatemi, segundo a entidade.
O Sinposba (que representa a categoria) disse em nota ter recebido denúncias de que os patrões estariam usando da “truculência de milícias”, aparentemente agentes policiais, para intimidar os trabalhadores e inibir a greve.
Na avenida Paralela, o Posto Menor Preço (que funcionou à tarde só com duas das 16 bombas) foi visitado por representantes do Sinposba pela manhã, que bloquearam a entrada.
O universitário Antônio Carlos, 20, que ficou 40 minutos na fila, teme paralisação geral. “De carro, já é complicado se locomover; não quero nem pensar em depender de transporte público”.
Ainda na Paralela, o frentista David Nazareno, 32, foi o único a comparecer ao trabalho. “Estou aqui pelas ambulâncias e viaturas policiais que precisam do meu trabalho”, argumenta.
Em Lauro de Freitas, o posto Ipiranga, no km-0, só funcionou à tarde. “O sindicato ficou aqui das 9h às 15h e não nos deixou trabalhar. Todos os funcionários vieram”, diz Lucineide Rocha, gerente.
Os frentistas querem reajuste salarial de 10%, elevação do tíquete-alimentação para R$ 195, adicional de 80% sobre a remuneração nos domingos trabalhados (limitada a dois por mês), elevação desse percentual para 100% a partir de janeiro e a implantação do plano de saúde, que há 12 anos é negociado.
Proposta patronal:
O Sindicombustíveis diz que “sempre esteve aberto ao diálogo” e reafirmou a intenção de buscar negociação favorável aos revendedores e frentistas além da disposição de avançar nas discussões sobre reajuste. Os donos de postos oferecem de 7,5% de reajuste salarial e tíquete-alimentação a R$ 180.
Segundo Antônio José Santos, presidente do Sinposba, enquanto os patrões não apresentarem uma “proposta de diálogo justa”, a greve continua. “Vamos continuar assim, mostrando nossa determinação, ampliando as paralisações no estado”, disse.