Produto produzido com prata e sílica elimina até 100% do SARS-CoV-2
Além do distanciamento social e uso de máscaras e álcool em gel, mais um produto chega para nos ajudar no combate ao novo coronavírus. Segundo testes conduzidos pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), o filme plástico de PVC – aquele transparente e esticável que usamos para embalar alimentos em casa – ajuda a eliminar o vírus das superfícies, se produzido com micropartículas de prata e sílica em sua composição. O teste mostrou que o material é capaz de eliminar 79,9% de partículas do SARS-CoV-2 em três minutos e 99,99% em até 15 minutos.
“Essa descoberta é mais uma demonstração de quanto o PVC, usado como filme nesse caso, é versátil. Ao permitir a adição de prata e sílica e mantendo as suas propriedades, ele se torna o polímero ideal para esse tipo de produto, e para um uso tão nobre, como a proteção de alimentos”, diz Juliana Tanaka, gerente de Desenvolvimento Técnico de Mercado da Unipar, líder na produção de cloro, soda e PVC na América do Sul.
O filme plástico com adição de prata e sílica é uma tecnologia desenvolvida e licenciada pela empresa paulista Nanox, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. O pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, Lúcio Freitas Júnior, conta que os testes, feitos no laboratório de nível de Biossegurança 3, duraram algumas semanas, seguindo protocolos rígidos internacionais. “A eliminação do vírus pelo material foi extremamente eficaz e em um curto tempo”, avalia.
Para fazer o teste, amostras do material com e sem micropartículas de prata e sílica incorporadas na estrutura foram mantidas em contato direto com o SARS-CoV-2 em intervalos de tempo diferentes. Depois, as amostras foram retiradas e inseridas em recipientes com células de macaco. Após dois dias, o resultado foi analisado e repetido diversas vezes.
“A prata modifica isso [o plástico] e o vírus, embora esteja com todo o material genético intacto, não consegue estar com o envoltório dele intacto para poder identificar as células específicas e infectá-las”
Lúcio Freitas Júnior, pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da USP
O produto está nas prateleiras dos supermercados. A designer de interiores, Jeovana Dultra, é consumidora do filme plástico de PVC e se animou com a novidade. Ela já tinha percebido o uso do material para proteção de eletrônicos, como celular e máquinas de cartão.
“É um produto que eu já consumo em casa comumente. Por conta de mais essa utilidade, ele será olhado com outros olhos, utilizado de outras formas. É uma notícia realmente animadora”
Jeovana Dultra, designer de interiores
Com o intuito de neutralizar o novo coronavírus no contato, o filme plástico pode ser utilizado em superfícies, como puxadores, corrimão, botões do elevador e telas de toque. O pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da USP chama atenção para como utilizar o produto. O filme plástico deve ser trocado quando começar a ter aparência de velho, com furos. “Enquanto houver plásticos, estará protegido”, afirma.
“É mais uma contribuição importante da nossa indústria, que vem tendo um papel essencial nas ações de mitigação da pandemia, com a produção da soda, usada em sabões e detergentes, do hipoclorito de sódio, que é usado na água sanitária, e do próprio PVC, que é largamente usado na área médica, para ficar em alguns exemplos”, finaliza Juliana Tanaka, gerente de Desenvolvimento Técnico de Mercado da Unipar.
Fonte – A tarde