Fim da Ford em Camaçari completa 01 ano

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Um ano atrás, mais de 6 mil empregados da Ford no Brasil e outros milhares de trabalhadores indiretos ficaram sem chão. O fechamento inesperado das fábricas de Camaçari (BA), dentre outras ao redor do Brasil, deixou milhares desempregados do dia para a noite.

As negociações na Bahia foram marcadas por protestos, ações judiciais e liminares do Ministério Público do Trabalho. Mesmo assim, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, em maio, foi firmado um acordo para a indenização dos cerca de 4 mil trabalhadores demitidos.

A maior parte dos trabalhadores deixaram o complexo no primeiro semestre do ano, mas alguns seguiram produzindo peças para reposição e trabalhando no desmonte da planta até dezembro de 2021.

Segundo um engenheiro do Centro de Desenvolvimento de Produtos, que permanece na Bahia, cerca de 1.200 funcionários seguem trabalhando no projeto de novos veículos e na redução de custo de produtos, ambos para o mercado americano.

A Ford não se desfez da área de inteligência. Até o fim do ano, as atividades na fábrica se encerraram e o nosso setor está trabalhando em home office com dois pontos de apoio: um escritório em Salvador e um espaço para análise e estudo de veículos na sede do Senai/Cimatec, onde ficava a planta da JAC Motors, em Camaçari“, informa. O engenheiro revelou ainda que a Ford chegou a contratar cerca de 100 analistas para trabalhar na execução de novos projetos para os Estados Unidos.

Ex-funcionários lutam para voltar ao mercado de trabalho

Peço a Deus para não entrar em depressão como meus amigos“. A frase é de Romário Sena dos Santos, ex-operador de produção da Ford em Camaçari. Atualmente desempregado, o profissional trabalhou na fábrica por 17 anos. “Cheguei apenas três anos depois da inauguração“, lembra.

O ex-funcionário da Ford afirma que foi abalado fortemente pela forma como a notícia chegou até ele: entre as lágrimas do seu filho de 8 anos. “Eu estava de folga e havia saído. Quando cheguei em casa, minha esposa e meu filho já sabiam, ele me recebeu na porta, aos prantos, dizendo ‘pai, você vai ficar desempregado’. Só me restou chorar também“.

Depois do baque, Romário afirma que colocou a cabeça no lugar e, junto com outros milhares de trabalhadores, passou a lutar por uma boa negociação por meio do sindicato.

Graças a Deus, veio uma boa indenização para os trabalhadores. O melhor mesmo era a Ford continuar aqui, mas o acordo foi muito bom. Pena que em um momento tão difícil para o país, é difícil abrir um negócio e ter retorno“, declara.

O ex-operador conta que o dinheiro recebido não foi o suficiente para muitos colegas resistirem à depressão. “O comércio de Camaçari caiu muito, há uma tendência de piora. Muitos entraram em depressão por não saber o que fazer. Foi uma vida dedicada a algo que não existe mais. Apenas 10% se recolocou no mercado, 90% está na espera de que uma nova montadora ocupe o lugar da Ford. Essa é a nossa torcida“, finaliza.

Retorno das operações em Camaçari

No início de dezembro, o governador da Bahia, Rui Costa, deu a entender que há negociações em andamento em Camaçari, dizendo que o estado está muito perto de anunciar a solução da questão da Ford.

Mas esse é o tipo de coisa que só dá para anunciar quando tiver, como diz o ditado, papel passado, assinatura feita. Nós estamos trabalhando, está muito breve para gente apresentar uma solução“, afirmou.

 

Fonte: UOL

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