Ativistas do movimento negro se reúnem em frente ao Atakadão da cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, nesta quarta-feira, 25, a partir das 8h30, para protestar contra a morte de João Alberto Silveira, um homem negro que foi assassinado no último dia 19 por dois homens, em um supermercado da rede Carrefour, em Porto Alegre (RS).
A movimentação foi organizada pelo Movimento Aquilombar. Este é o segundo ato organizado pelo grupo, que também se reuniu, junto com a torcida antifascista do Bahia, no último domingo, 22, em frente ao Atakadão da Avenida Bonocô, na capital baiana.
O ativista do Movimento Aquilombar, Vander Bispo, avalia como positivo os resultados que os protestos estão gerando, não só na Bahia, mas em todo Brasil, e destaca a importância da imprensa para legitimar a causa.
“Avalio que foi um protesto muito positivo e a imprensa teve um papel muito forte ao nosso lado, foi o que legitimou nossa luta sobre tudo. Conseguimos levar a repercussão necessária para impactar as pessoas sobre o caso”, comenta Vander.
Os protestos estão ocorrendo na Bahia em frente aos mercados Atakadão, por conta da empresa pertencer à rede Carrefour. O ato se soma às outras mobilizações que estão ocorrendo nos últimos dias em todo o país, com o lema ‘Vidas Negras Importam. Justiça a João Alberto’.
“Precisamos seguir mobilizados. A nossa luta é por justiça a João Alberto e todos os negros e negras assassinados todos os dias em nosso país por esse sistema genocida. O assassinato de João Alberto não é um caso isolado, muito menos o resultado de um treinamento equivocado das forças policiais e de segurança. Pelo contrário, é a materialização do pleno funcionamento das forças policiais dentro de moldes de sociedade em que estamos inseridos, em que a nossa desumanização e extermínio são elementos cotidianos e necessários para a manutenção da forma de exploração de via colonial que constituiu o capitalismo brasileiro”, destaca o também ativista do Movimento Aquilombar, Matheus Araújo.
O protesto convocado pelo Movimento Aquilombar já conta com a adesão do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, da CSP-Conlutas, do Coletivo Negro Minervino de Oliveira e do coletivo Posse de Conscientização e Expressão (PCE).
Segundo Vander Bispo, o Atakadão (ou a rede Carrefour) ainda não emitiu nenhuma resposta para os grupos envolvidos no protesto.