Governistas em geral e petistas em particular foram unânimes em apontar: a presença de Lula ontem em Salvador, a primeira desde que se elegeu, ao lado de Margareth Menezes, ministra da Cultura, botou um bom gás no ânimo deles.
Lula chegou a admitir que não acreditava na vitória de Jerônimo, que tinha 3% contra 80% de ‘Grampinho’, como ele chamou. E Jerônimo ganhou:
— Eu cheguei a sugerir que trocassem de candidato. Sou muito grato a vocês sempre. Em todas as eleições eu ganhei em Salvador no 1º turno.
A regulamentação da Lei Paulo Gustavo veio com um bom recheio, R$ 3 bilhões e 860 milhões para a cultura, dos quais 148 milhões para o Estado e 138 milhões para os municípios, foi excelente presente para o setor que tanto penou com a pandemia e com Bolsonaro…
Fogo amigo —No rumo dos ajustes políticos também fica evidente que aos poucos a coisa vai se reconfigurando. Rui Costa, que tinha fama de atender mal aos políticos, ainda ontem foi acusado pelo deputado federal Valmir Assunção, também do PT, de ter barrado a entrada do MST nas discussões do Plano Plurianual.
Rui negou, mas o papo colou. Na brecha do descontentamento com ele é que Jerônimo entra, mudando o tom do tratamento.
Se dizia que Jerônimo teria dificuldades de ter a sua identidade, já que por força das circunstâncias tem que dar sequência a obras do antecessor, como a ponte Salvador-Itaparica, a Fiol e o Estaleiro de São Roque. Está fazendo isso, mas com cara própria.
Fabíola na briga por Irecê
A deputada Fabíola Mansur (PSB) diz estar confiante de que agora o aeroporto de Irecê sai. Ela e o prefeito Elmo Vaz (PSB) levaram ao ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, um arrazoado de motivos para justificar o investimento.
— Técnicos da Infraero já foram lá e gostaram. Lá é um polo comercial regional, tem o agronegócio e também o pessoal da energia eólica. O aeroporto é uma necessidade para crescer mais.
O Avante fica com Carletto
Ronaldo Carletto, ex-deputado federal que rompeu com o PP, assume amanhã na UPB a presidência do Avante na Bahia, vaga gentilmente cedida pelo deputado federal Sargento Isidório.
Aliados dele dizem que a escolha da UPB foi proposital. Como a regra da fidelidade partidária não vale para prefeito e vice, é justamente aí que ele espera começar a turbinar o novo partido, com prefeitos. Resta ver quantos.
E Lídice fica sem as malas
Presente ontem no almoço que Antonio Carlos Tramm, presidente da CBPM, ofereceu, com a entrega de medalhas para os que colaboraram com a administração dele, a deputada federal Lídice da Mata, uma das agraciadas, comentou que veio de Brasília no avião presidencial com Lula, mas com uma ressalva: as malas dela sumiram.
— Eu cheguei a vê-las sendo desembarcadas, mas daí para frente, sumiram.
João Roma também quer a Prefeitura de Salvador
João Roma, que ano passado disputou o governo pelo PL, o partido de Bolsonaro, está disposto a encarar a disputa pela Prefeitura de Salvador. Ele contabiliza algumas vantagens:
1 — Ano passado, sem ter feito campanha em Salvador, obteve 10% dos votos e aparece na pesquisa do Paraná com 7%, quase a mesma coisa. E está em terceiro, atrás de Bruno e Lídice.
2 — O PL, do qual é o presidente na Bahia, é dono do maior tempo de rádio e tevê, quase 20%.
3 — Era pouco conhecido antes, agora já nem tanto. Só teria a ganhar.
Ele admite que conversa com outras legendas, inclusive Bruno Reis. Mas uma candidatura fortaleceria o partido.
Fonte: Portal A Tarde