quinta-feira, 22 maio 2025

Meio ambiente : área da lagoa de Guarajuba está em risco

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Cometa

A Área de Proteção Ambiental (APA) Lagoas de Guarajuba, localizada em Camaçari, abriga o ecossistema de uma das áreas úmidas mais significativas do litoral norte da Bahia. No entanto, a sua rica biodiversidade está ameaçada por problemas como a poluição e o estrangulamento de afluentes naturais por ações humanas. Esta semana, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) instaurou inquérito para apurar os impactos ao meio ambiente que ocorrem na região.

De acordo com os estudos feitos pelo Instituto Restinga, que atua na pesquisa e cuidado de ambientes costeiros da Área de Proteção Ambiental (APA) Lagoas de Guarajuba, a região ainda enfrenta problemas como o processo de eutrofização de rios, caracterizada pelo excesso de nutrientes na água provenientes do descarte inadequado de esgoto residencial, o aumento das secas cíclicas e o assoreamento que retira a camada vegetal que protege o biossistema aquático.

Gargalos

O diretor-geral do Instituto Restinga, Emerson Araújo, explica que a degradação do conjunto de afluentes que abastece a APA Lagoas de Guarajuba coloca em risco uma área de 500 hectares, que compreende também toda a porção de terreno situada na BA-099, a Estrada do Coco. E no km-41 da BA-099, abaixo da pista, Araújo aponta que estruturas de manilhas têm contribuído para o estrangulamento do fluxo de todos os rios que fazem parte do complexo ecológico da APA.

“Quando existe o estrangulamento do fluxo d’água dos rios, a exemplo do que ocorre no trecho da BA-099, você contribui para a sua degradação. Além disso, o cheiro forte e o aparecimento de agentes invasores como as taboas, plantas altas que cobrem e reduzem a quantidade de oxigênio em rios e lagoas, são consequências da contaminação de afluentes por questões como o despejo de lixo e esgoto doméstico”, afirma Araújo.

A Concessionária Litoral Norte (CLN), que administra a BA-099, não respondeu até o fechamento da matéria sobre a situação de estrangulamento de afluentes na localidade, causada pela realização de obras viárias.

Antes de percorrer as manilhas do km-41 da BA-099, os afluentes da Lagoa de Guarajuba também sofrem os impactos de barreiras físicas causadas pelo desenvolvimento urbano da região. De acordo com Araújo, esses pontos reduzem a força de fluxo da água que chega até a lagoa. Além disso, o indevido despejo de lixo e esgoto mata o ecossistema.

Gestão integrada é caminho para a preservação da lagoa

Na chamada Rua da Subestação, uma área inundável foi formada pelo acúmulo de afluentes que foram bloqueados entre a pista e as paredes da Subestação Guarajuba, administrada pela Coelba. No local, alguns moradores ainda fazem o despejo de sacolas plásticas, embalagens de comida e outros lixos domésticos. De acordo com os estudos do Instituto Restinga, a solução de problemas como esse passa por ações integradas dos agentes envolvidos.

Em nota enviada para A TARDE, a Coelba informou que a Subestação Guarajuba de abastecimento de energia elétrica foi instalada há cerca de 30 anos no local. E que a companhia reforça o compromisso de atuar em prol do desenvolvimento sustentável do estado e que segue alinhada com as normas ambientais previstas na legislação brasileira.

De acordo com Thiago Hiroshi, gerente da unidade socioambiental da Embasa, as localidades que circundam a APA Lagoas de Guarajuba, a exemplo de Pojuca, Guarajuba, Itacimirim e Monte Gordo, têm sistema de esgotamento sanitário para o tratamento e correta destinação do esgoto doméstico. No entanto, a ausência de maior planejamento da ocupação do solo, feita pelo poder público, traz desafios ambientais.

“No Dia Internacional da Terra, é crucial trazer a reflexão da importância do trabalho integrado entre o poder público, as prestadoras de serviço e a população, pois só assim é possível avançar de forma sustentável. É importante que a estrutura urbana cresça em áreas onde já existem estruturas de saneamento, de forma ordenada e planejada”, explica Hiroshi.

Em resposta dada para A TARDE, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) afirmou que o inquérito para avaliar os impactos ambientais na APA Lagoas de Guarajuba foi instaurado pelo promotor Luciano Pitta, da comarca de Camaçari. No entanto, por se tratar de um inquérito ainda incipiente, não é possível ter informações preliminares.

Unidunas atua na preservação de apa

Para Jorge Santana, gestor da Unidunas, organização que cuida da preservação do ecossistema de dunas, lagoas e restingas da Área de Preservação Ambiental (APA) do Abaeté, ecossistemas como os da APA Lagoas de Guarajuba precisam ser protegidos da especulação imobiliária, retiradas da flora e da fauna, entre outros tipos de danos ao meio ambiente.

Conscientização

“É importante que a comunidade entenda que o sistema de restinga, que compreende as vegetações que protegem os rios e lagoas, forma a base da mata atlântica. Por isso, a exemplo do trabalho feito na APA do Abaeté, áreas de preservação como as de Lagoas de Guarajuba têm que ser preservadas, pois retêm as chuvas e amenizam problemas como o aquecimento global. Na nossa universidade, a Unidunas, a gente tem como foco formar pessoas que entendam a importância desse ecossistema”, diz Santana.

Fonte: A Tarde

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