A participação das mulheres no mercado de trabalho em Salvador é maior que a média nacional. Segundo informações divulgadas, na quinta-feira (18), pela Pesquisa Nacional de Amostragem de Domicílios (Pnad) 2013, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres da capital baiana ocupam 46,76% dos postos de trabalho, quase quatro pontos percentuais a mais que a média nacional, de 42,67%.
“A absorção do mercado pelas mulheres deve-se, sobretudo, à economia aquecida nos últimos anos. Isto promoveu uma melhora na remuneração delas, que, na Bahia, têm um rendimento médio de 74,59%, quando comparado ao dos homens”, revela Joilson Souza, supervisor de disseminação de informações do IBGE da Bahia.
No Brasil, este valor é menor: a cada R$ 100 que um homem ganha, uma mulher recebe R$ 73,97. Joilson afirma também que as mulheres estão mais competitivas. “Elas possuem mais anos de estudo que os homens. Isto ajuda a compreender o fato de terem mais vínculos empregatícios formais, proporcionalmente, que eles”, acrescenta.
No estado, a porcentagem de mulheres em empresas públicas e privadas com carteira assinada é 49,7%, já entre homens, este número representa 35,5%. Confirmando a preferência das mulheres por trabalhos formais, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), este vínculo representa 71,9%, contra 69% dos homens empregados que possuem carteira assinada.
Renda familiar
Além de analisar características socioeconômicas da sociedade, como população, educação, trabalho, entre outras, a Pnad também revelou a evolução da renda familiar. De acordo com Joilson, o aumento das oportunidades para mulheres teve impacto no rendimento das famílias.
“No Nordeste, em 2013, a renda mensal das famílias foi de R$ 1.862. A Bahia, por sua vez, possuía uma renda de R$ 1.956. O rendimento das famílias urbanas, na região, é de R$ 2.107, enquanto na Bahia atinge R$ 2.224. As famílias residentes no meio rural do Nordeste têm rendimento de R$ 1.117. Estas famílias têm R$ 1.104 de rendimento no estado”, pontua.
Em relação à taxa de analfabetismo, na Bahia houve uma redução para 14,58%. No Brasil este número foi menor, 8,33%. Vale lembrar que o Nordeste é a região com o maior índice de analfabetos com mais de 15 anos no país, com 16,6%.
Solteiros
Se por um lado houve aumento da renda das famílias e das oportunidades de trabalho para mulheres, por outro a pesquisa revela que o país ganhou 2,7 milhões a mais de solteiros. Apesar de não terem sido divulgados dados regionais, estes representam 49,2% da população acima de 15 anos. Já os casados são 38,6%. De 2012 para 2013, mais 370 mil pessoas deixaram de viver com o cônjuge.
O total de divorciados, desquitados e separados judicialmente chegou a 9,6 milhões. “Este número não significa o aumento do desinteresse pela união, mas sim uma relativização do uso do casamento para determinar a união das pessoas”, explica Joilson.
No time dos casados, 35,8% vivem em união consensual, 3,1% casaram no religioso, 19,2% no civil e 41,9% – a maioria – no civil e religioso. Aos 25 anos, a vendedora Dejany Deane Dantas está solteira. Depois de ter sido casada por cinco anos, ela conta que prefere a vida na solteirice.
“Meu marido era muito ciumento e queria ser dono de mim. Hoje sou livre, não tenho horário para sair e chegar. Mas, como saio mais com as amigas, gasto mais. Quando era casada, ele pagava tudo”.
O vigilante Ademir Celestino dos Santos, 50 anos, foi casado por 18 anos. “Na vida de solteiro, você pode dormir tranquilo. Mas ser casado também tem seu lado positivo: você tem alguém que pode sempre confiar”.
Ao contrário de Dejany, ele confessa que gasta muito menos agora. “Logo que separei, fazia muita farra. Hoje, sei controlar os gastos e meu bolso está folgado. Antes pagava muitas contas da família e hoje sou só eu”, atesta.
Fonte: Correio 24 Horas