A OIM (Organização Internacional para as Migrações) anunciou que pode chegar a 330 o número de vítimas nos naufrágios ocorridos nos últimos dias no Mar Mediterrâneo.
Os barcos tinham partido da Líbia, com a ilha italiana de Lampedusa como destino final. De acordo com o porta-voz da OIM na Itália, Flavio Di Giacomo, quatro barcos saíram da Líbia no último sábado (7) e naufragaram.
Cada um deles levava mais de 100 passageiros, segundo estimativas de sobreviventes, o que contabiliza 420 pessoas.
Dessas, 330 teriam morrido nos acidentes, incluindo as 29 vítimas reportadas ontem.
“Dos quatro barcos, um foi socorrido pela Guarda Costeira italiana na segunda-feira, com 105 pessoas a bordo, sendo que 29 morreram de hipotermina”, disse Di Giacomo à ANSA.
“Outras duas embarcações, com 105 e 107 passageiros, naufragaram. Apenas nove sobreviventes foram resgatados no mar por um navio mercante e transportados na manhã desta quarta-feira a Lampedusa”, explicou o representante da OIM.
O quarto navio nunca foi visto pelas autoridades, porém, sobreviventes afirmam que havia entre 100 e 105 pessoas a bordo.
“Todas estão desaparecidas”, informou Di Giacomo. “De um total de 420 pessoas que deixaram a Líbia no último sábado, estima-se que haja cerca de 330 vítimas, incluindo as 29 encontradas ontem”, explicou o especialista.
A OIM está com uma equipe em Lampedusa para fornecer assistência aos sobreviventes. De acordo com a entidade, os imigrantes são, em sua maioria, homens, jovens, com idade de aproximadamente 25 anos, provenientes de países subsaarianos, principalmente Mali, Costa do Marfim, Senegal e Níger.
Para a maioria, a Líbia era um país de trânsito. Eles estavam trabalhando temporariamete no território líbio para, então, tentar entrar na Europa.
“Esta tragédia confirma, mais uma vez, como os traficantes tratam os imigrantes, principalmente os africanos. É como um carregamento humano sem valor. Fizeram 420 pessoas partirem em alto mar, em condições absolutamente proibidas”, ressaltou Di Giacomo.
Lampedusa, localizada no Mar Mediterrâneo, é considerada uma das principais portas de entrada para o continente europeu.
Diariamente, barcos com imigrantes sofrem naufrágios e acidentes, provocando a morte de dezenas de pessoas. Em 3 de outubro de 2013, uma embarcação líbia naufragou e deixou 360 mortos, em um dos mais trágicos incidentes da ilha.
O governo italiano já fez apelos para que a União Europeia adote medidas para resolver a situação, mas até agora poucas soluções foram apresentadas.
Vaticano
Nesta quarta-feira (11), o papa Francisco também demonstrou “preocupação” com as “notícias de Lampedusa”. ”
Desejo assegurar as minhas orações pelas vítimas e encorajar, novamente, a solidariedade para que nunca falte o socorro necessário”. Um mês após ser eleito líder da Igreja Católica, Francisco visitou Lampedusa em um gesto de apoio aos imigrantes.
Fonte: R7