O início da construção da ponte Salvador-Ilha de Itaparica, de 12,2 km de extensão sobre a Baía de Todos-os-Santos, é esperado para agosto de 2015. A informação é do secretário estadual de Planejamento, José Sérgio Gabrielli, que nesta quinta-feira, 16, participou do seminário intitulado Ponte Salvador-Ilha de Itaparica: um Projeto para o Desenvolvimento, realizado no campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Orçada em R$ 5,7 bilhões, a obra deve ser construída por meio do regime de Parceria Público-Privada (PPP). E deverá ser liberada ao público, mediante pedágio, no ano de 2020. O custo total do Sistema Viário do Oeste, que inclui a duplicação da BA-001 (que começa na Ilha de Itaparica), está orçado em R$ 7 bilhões.
O projeto prevê que as cabeceiras da ponte serão na localidade de Gameleira, no município de Vera Cruz (região metropolitana) e no Comércio (Salvador), com encaixe direto na Via Expressa.
Segundo Gabrielli, a abertura do processo licitatório, que deve exigir a concorrência de pelo menos três empresas com sedes no Brasil, deverá ocorrer entre seis e oito meses. Além da ponte, o projeto contempla obras rodoviárias adjacentes, como a construção do trecho entre a cabeceira da ilha e o entroncamento da BA-001, que faz ligação com o sul da Bahia. E também a requalificação da via no trecho urbano de Mar Grande, implantação de um desvio rodoviário em Vera Cruz e a duplicação da BA-001 a partir da Ponte do Funil (que liga a Ilha de Itaparica ao continente).
Responsável pelo projeto, o engenheiro Catão Ribeiro ressalta a importância da troca comercial com outros estados ao sul, para descentralizar o Produto Interno Bruto (PIB) baiano, concentrado em 83% somente na capital.
Divergências
Acadêmicos da Ufba se reúnem nesta sexta, 17, a partir das 10h30, no auditório do PAF 5 (Ondina) para discutir o projeto apresentado pelo governo, que tem sido alvo de críticas, sobretudo por parte da Faculdade de Arquitetura.
Diretora da faculdade, a professora Naia Alban diz que os questionamentos no meio acadêmico passam por pontos como a tecnologia que será aplicada na construção da ponte, a localização da estrutura e os impactos ambiental e de vizinhança.
Um dos expositores no encontro desta sexta, o professor Paulo Ormindo avalia que a construção da ponte causará impactos sobre o trânsito da capital, entre outros problemas, como aumento na demanda de serviços e até mesmo aumento do custo final da obra.
“Existem alternativas como a construção de uma borda-ferrovia, para escoar a produção pelo Recôncavo, e a implantação de um porto em Salinas da Margarida”, disse completando: “Sem falar que o valor da obra pode dobrar, já que o pedágio em si não vai cobrir o custo da estrutura”.
Questionado sobre os principais impactos que o projeto pode causar, Gabrielli diz que os estudos devem ser concluídos até o fim desse mês e, durante um período de três meses, serão submetidos a audiências públicas “com os vários setores da sociedade, sobretudo, os acadêmicos”, acentuou.
Fonte: A Tarde