domingo, 16 nov 2025

OPINIÃO: Não é tão fácil assim – por Rogaciano Medeiros

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O artigo abaixo é de autoria do jornalista Rogaciano Medeiros:

A vitória do governo no Congresso Nacional, com a manutenção dos vetos aos chamados projetos bombas, que elevavam consideravelmente os gastos públicos, aprovados em articulações lideradas pelo presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mostra que a presidenta Dilma Rousseff não está morta como muitos pensam.

Foi um balde de água fria na oposição mais conservadora, pois demonstra que as chances de aprovação do impeachment ficaram ainda mais remotas. O próprio colunista Ricardo Noblat, uma das vozes da direita moderada, mas que apoia e reforça tudo que possa atingir e sangrar o PT, a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, zangado com a derrota, “puxou a orelha” de Aécio Neves (PSDB-MG) dizendo que o senador tucano precisa ter noção exata do tamanho da oposição.

É justamente aí que reside o xis da questão. Nem toda oposição embarca na aventura do golpe. Muitos aproveitam para ganhar espaço na mídia, se manter na crista da onda e desgastar ainda mais Dilma e o governo. Mas, no fundo, sabem do risco de um impeachment político.

O próprio governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), já disse que o impeachment deixaria inseguros todos os governantes. Com certeza, criaria um clima de desconfiava institucional generalizado. Ninguém mais teria garantia da conclusão do mandato. O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, e muitas outras figuras de expressão no Judiciário, juristas de credibilidade, consideram que sem crime de responsabilidade não há amparo legal para aprovar a deposição da presidenta. E nem os mais raivosos oposicionistas colocam em dúvida a honestidade de Dilma.

O jornalista Marcelo Zero, em uma análise brilhante, escreveu que “julgamentos meramente políticos só ocorrem em ditaduras”. Indiscutivelmente, a direita, em particular os setores mais extremados, resolveu sair do armário no Brasil, onde sempre se escondeu em discutíveis argumentos democráticos. Hoje, não, assume abertamente as posições fascistas.

E se a direita não está unificada quanto ao impeachment, acima de tudo por não haver nenhuma ameaça à economia de mercado, e como a cada ação corresponde uma reação de igual ou maior intensidade, a Frente Brasil Popular, constituída por segmentos democráticos, chega para influir ainda mais na correlação de forças. Não apenas no plano político do Parlamento, mas também na resistência das bases populares. Desta vez, ao contrário de 1964, não será tão fácil assim dar o golpe.

Rogaciano Medeiros, jornalista
Rogaciano Medeiros, jornalista

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