Buscar coragem, apoio, praticar a fé e expressar a gratidão, são alguns ensinamentos que mulheres em luta diária contra o câncer de mama levarão adiante. Elas descobrem durante o processo de tratamento a verdadeira essência da vida e, também, se tornam exemplo para quem enfrenta a doença, que mata cerca de 14 mil pessoas por ano no Brasil.
Se, por um lado, a experiência de passar por tratamentos agressivos como a quimioterapia e a radioterapia pode trazer consequências tristes – como a queda do cabelo – por outro, serve de oportunidade para aprender a lidar com o sofrimento de forma mais serena.
Ana Carla Coutinho, que reside em Camaçari há 20 anos, é um exemplo de força e resistência. Há um ano ela descobriu um nódulo na mama direita e, após exames, o diagnóstico de câncer do mama.
“Comecei a fazer os exames ainda no final do ano passado. Demorou quase seis meses pra começar o tratamento de quimioterapia. Fiz oito seções de quimioterapia, sendo quatro da vermelha e quatro da branca, dentre essas seções fiquei com a imunidade muito baixa, o efeito da quimioterapia vermelha, e fui parar na UTI. Passei oito dias internada. Recebi muito apoio dos amigos, que fizeram vaquinha pra fazer exames que são caros, além de contribuir com a passagem pra Salvador. Hoje tento de alguma forma retribuir todo carinho e amor. Tenho dois filhos, uma delas é cadeirante. Divido minha vida com meus filhos. Por eles que estou vencendo essa batalha. Minha filha depende de mim pra tudo, meu filho menor me ajuda tanto, que passou a ser meu enfermeiro quando passo mal. Ele afere minha pressão, pega remédios e cuida de mim. Minha rotina se resume aos meus filhos, à minha família”, relata.