Um morador de Camaçari, vítima de um acidente veicular, reclama da suspensão do auxílio doença recebido há cerca de um ano. Eugênio Souza Santos, 31 anos, exercia a função de carpinteiro em uma empresa de construção civil de Camaçari, quando sofreu o acidente, em junho de 2014. Desde então, Eugênio está impossibilitado de exercer as suas funções laborais por se encontrar em uma cadeira de rodas, sem os movimentos dos braços e das pernas.

Segundo a irmã do carpinteiro, Lúcia Souza de Jesus Santos, ele recebeu, nos três primeiros meses, o auxílio doença no valor de R$ 1.370,00. Após segunda perícia, recebeu por mais três meses o mesmo valor. O problema começou quando o benefício foi suspenso, em agosto deste ano. Desde então, Eugênio não possui nenhuma renda. No momento, o jovem, morador do Parque Verde II, casado e pai de uma menina de dois anos, vive com a ajuda de familiares.
Ainda de acordo com Lúcia, Eugênio quebrou a coluna cervical e ficou tetraplégico. O médico que o examinou no Hospital Geral do Estado (HGE), mesma unidade médica onde Eugênio realizou a cirurgia, emitiu um laudo informando paraplegia irreversível sem perspectiva de melhoras, sugerindo, assim, aposentadoria para o trabalhador.

Familiares procuraram a agência do INSS do município, mas, segundo Lúcia, foram tratados com descaso por um médico perito da unidade. O mesmo marcou uma perícia para o dia 1º de dezembro, mas, até lá, Eugênio não receberá o benefício.
A greve dos médicos peritos do INSS completou dois meses e não há previsão de acordo com o governo. Nas contas dos grevistas, quase 1 milhão de perícias já foram canceladas e, pelo menos, 70% dos atendimentos não foram realizados nesse período. O INSS calcula que o tempo médio de espera para agendar uma perícia passou de 20 dias, antes da greve, para 49 dias.
Enquanto isso, Eugênio e milhares de pessoas por todo o Brasil aguardam, sem nenhuma previsão, o retorno das atividades normais do instituto.
Fernanda Melo / Redação Nossa Metrópole