A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. De acordo com a OMS, até 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estarão com sobrepeso; e mais de 700 milhões, obesos. No Brasil, a obesidade vem crescendo cada vez mais. A cada cinco brasileiros, um está obeso e alguns levantamentos apontam que mais de 50% da população está acima do peso. Irônico é saber que o país que até pouco tempo lutava para combater a fome e a desnutrição, agora precisa conter a obesidade. Uma doença que está entre aquelas que respondem por 74% dos óbitos anuais no Brasil, como as cardiovasculares, respiratórias crônicas, diabetes e câncer.
Indicadores apresentados pelo Ministério da Saúde mostram que, nos últimos 12 anos, a prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60% e o excesso de peso também subiu de 42,6% para 53,8% no período. Dados alarmantes que apontam para a extrema urgência de se conscientizar a população brasileira quanto à importância da adoção de novos hábitos alimentares para uma vida mais saudável.
O Instituto também verificou uma predominância de obesidade nos adolescentes com maior poder aquisitivo, constatando, ainda, que o sobrepeso aumentou mais entre os adolescentes do sexo masculino do que do feminino. E este foi o caso do analista fiscal/contábil, Rodrigo França, que adquiriu uma obesidade de grau 2 ainda na adolescência, devido à grande “paixão” por sanduíches e refrigerantes. “Meus pais tinham uma lanchonete e isso facilitava meu acesso às comidas saturadas. Houve uma época em que eu chegava a tomar 12 latas de refrigerante por dia”, conta.
Com o passar do tempo, além da compulsividade alimentar, o sedentarismo também colaborou para tornara ainda mais difícil para Rodrigo, reverter a situação. Ele conta que a obesidade “reinou” por cerca de 15 anos em sua vida apesar das inúmeras tentativas de obter um corpo bonito e saudável. “Lutei algumas vezes para emagrecer, mas, na maioria das vezes, eu queria algo rápido e prático. Por isso, cheguei a experimentar alguns tipos de anabolizantes para auxiliar o emagrecimento. Todas as tentativas foram sem sucesso”, recorda.
Depois de sofrer bastante com a perda de parente por complicações de saúde devido aos hábitos de vida, Rodrigo decidiu que era o momento de mudar. “Tinha acabado de perder um ente querido e aquela situação me fez rever alguns pontos na minha saúde. O médico já tinha prescrito remédio de pressão alta para mim e recomendado a prática der atividade física”, diz. Então, com a ajuda de um amigo que lhe convidou a conhecer a dieta Lowcarb, ele percebeu que poderia gostar das mudanças. Além dos vídeos que assistia na internet, ele também começou a fazer um treino funcional, tomou gosto pela corrida de rua, recebeu ajuda gratuita de uma nutricionista e quando viu, logo no primeiro mês, 10kg já haviam ido embora.
Hoje, aos 28 anos, após ter perdido 40kg, Rodrigo saiu de uma vida sedentária, viu seu Índice de Massa Corpórea (IMC) cair de 37 para 23, e atingiu uma idade metabólica de 49,0 para 19,0 anos. Apesar de todas as dificuldades que enfrentou para chegar ao seu objetivo, ele garante que foi a melhor escolha que fez e que todo o esforço valeu a pena. “Tive que fazer muitas renúncias mas, os benefícios foram, sem dúvidas, os melhores que eu já tive ao longo dos meus 28 anos. Além da mistura de prazer e liberdade, dei adeus aos problemas de pressão alta, insônia e dores na coluna que foram embora junto com a obesidade”, celebra.
Histórias como as de Rodrigo indicam que, mais do que nunca, é preciso reforçar a prevenção. De acordo com a nutricionista Ducineia Macário, entre as medidas consideradas cruciais, a população precisa aprender a fazer escolhas conscientes, como ingerir menos refrigerante e bebidas adoçadas, se exercitar um pouco mais e optar por uma dieta saudável e equilibrada composta por mais frutas e hortaliças, além de ter melhores hábitos de sono. “Se não tomarmos uma atitude para mudar esse quadro, a população brasileira poderá, não só diminuir a expectativa de vida, como sofrer com as consequências de hábitos ruins .
Por Elba Coelho