Os servidores do sistema penitenciário baiano paralisaram por 24 horas suas atividades na manhã desta quinta-feira (05) e as visitas aos detentos estão suspensas por conta da manifestação. Esta é a primeira de 35 paralisações programadas para acontecer, pelo sindicato que representa a categoria (Sinspeb), caso a Secretaria de Administração Penitenciária da Bahia (SEAP) não cumpra um acordo firmado com os trabalhadores, referente a melhoria de condições de trabalho em todo o estado.
Em Salvador, dezenas de servidores estão concentrados, desde as primeiras horas da manhã, na frente do Complexo Penitenciário da Mata Escura. Em entrevista concedida à reportagem da TV Aratu, o coordenador geral do Sinspeb, Geonias Oliveira Santos, falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos agentes de presídio para exercerem suas atividades.
“Existem quase 14 mil presos em toda a Bahia e temos menos de mil agentes trabalhando. A Seap convocou para uma etapa eliminatória 490 candidatos aprovados num concurso recente, mas, apesar desse número não ser satisfatório, não acreditamos nessas contratações. Eles estão contratando REDA [Regime Especial de Direito Administrativo], que o Ministério Público já declarou ser ilegal”.
O sindicalista chamou a atenção, ainda, das condições das estruturas físicas das unidades prisionais. Segundo ele, as celas têm muitas infiltrações e estão caindo aos pedaços. Além disso, Geonias relatou que faltam médicos plantonistas e os agentes trabalham expostos aos riscos, já que existem armas com os internos dentro das unidades.
O coordenado do Sinspeb comentou, ainda, sobre os recursos financeiros anunciados pela Seap e a falta de investimento no sistema. “Eles disseram que estão investindo R$ 445 milhões e que sete unidades prisionais serão construídas, mas não estamos vendo nada disso”, informou, acrescentando que obras de reformas que estão e andamento em alguns presídios foram iniciadas antes da disponibilização desta verba.
Na pauta de reivindicações da categoria, existem mais de 30 tópicos como: o fim da contratação por REDA, a reforma na estrutura física dos presídios e disponibilização de veículos.
Na última segunda-feira (02), o coordenador dos agentes penitenciários disse ao Aratu Online que “Dentro da Lemos Brito, o preso mata quem ele quiser”, a declaração foi feita, após denúncias na mídia, dando conta de que são concedidas algumas regalias aos detentos do sistema prisional baiano.
Fonte: Aratu On Line