Trabalhadores do Complexo Ford em Camaçari, 1.600 no total – sendo 1 mil da Ford e 600 das autopeças – entrarão em lay-off por 90 dias e durante este período de suspensão dos contratos, receberão os salário integral e terão a garantia de manutenção do emprego.
A decisão foi confirmada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, que em negociação com a Ford fechou recentemente um acordo coletivo que assegura a estabilidade do emprego por quatro anos.
“Em primeiro lugar, nossa preocupação é com a saúde e a vida do trabalhador, por isso estamos desde o começo da pandemia discutindo e conquistando medidas que assegurem a segurança no chão de fábrica. Em segundo lugar, estamos conseguindo preservar o emprego e os direitos dos trabalhadores, num momento tão delicado para a saúde pública e a economia do país”, explica Júlio Bonfim, presidente do sindicato.
Como sinaliza a entidade, perante a crise no setor automotivo provocada pela estagnação da economia, a implementação do lay-off, assim como aconteceu em 2016, foi uma alternativa para assegurar a empregabilidade.
Durante esse período, os 1.600 trabalhadores dos três turnos que entram em lay-off, a partir do dia 1º de agosto até 1º de novembro, vão passar por curso de qualificação online do Senai e precisarão cumprir a frequência mínima das aulas em pelo menos 75%. Conforme o Sindicato dos Metalúrgicos, quem não respeitar a carga horária não terá direito à bolsa qualificação cedida pelo governo federal, através do Fundo de Amparo ao Trabalhador, como forma de complementar o salário pago pela empresa.
O acordo também garantiu aos trabalhadores o valor de R$ 60 para pagamento de custos com internet durante o lay-off.
No caso dos aposentados, o Sindicato dos Metalúrgicos afirma que a Ford será obrigada a assumir o pagamento integral do benefício.