O cenário é ideal: a Arena Fonte Nova lotada. A vantagem já foi construída: pode até empatar que classifica. E o momento é ótimo: duas vitórias seguidas. O contexto do jogo decisivo das oitavas de final da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, 29, às 21h30, entre Bahia e São Paulo, é dos melhores para o Esquadrão. Mas, para que o enredo termine como sonha o torcedor, o Tricolor precisa manter a invencibilidade na ‘melhor de três’ que começou há dez dias.
Isso porque, depois de um empate em 0 a 0 na Série A e uma vitória por 1 a 0 na partida de ida da Copa do Brasil, basta à defesa tricolor se manter firme para que o Bahia garanta a classificação. Aliás, não só ela, como também a premiação de R$ 3,1 milhões referentes à vaga nas quartas.
Para isso, a equipe comandada por Roger Machado precisa manter o foco e saber que, conforme afirmou Gilberto na última segunda, a partida tende a ser “truculenta”, já que o São Paulo vem muito pressionado por não vencer há quatro jogos. Em entrevista coletiva nesta terça, 28, Élber ressaltou que o Bahia precisa jogar sem perder de vista a vantagem que tem. “A gente sabe que foi um gol importante, acho que é uma vantagem pequena, mas acho que a gente tem que se apegar a ela, sim. Tem que levar para junto do nosso torcedor”, falou.
Diante da tendência de que Roger volte a colocar em campo o esquema com a trinca de volantes formada por Gregore, Elton e Douglas Augusto, Élber negou que se trate de uma formação defensiva. “Quando se fala em três volantes, parece que o time é recuado. Mas não tem nada disso hoje em dia. Os volantes são muito técnicos. No nosso caso, são de uma qualidade enorme. A gente tem uma qualidade muito boa na saída de bola. Foi uma formação que deu certo”, declarou o atacante.
Preocupação com pênaltis
Os titulares do Bahia fizeram um treino específico de pênaltis ontem, uma vez que perder por um gol de diferença leva às cobranças da marca da cal. A preocupação de Roger com esta possibilidade é muito justificada: Tiago Volpi, goleiro do São Paulo, é um especialista em defender penais.
Segundo contagem do site UOL, o camisa 23 do Tricolor paulista já defendeu 28 pênaltis em nove anos como profissional. Dois deles foram pegos na última disputa do tipo que o São Paulo enfrentou, contra o Palmeiras, pela semifinal do Paulistão, em abril. Na ocasião, Volpi evitou os gols de Ricardo Goulart e Zé Rafael.
Outro sinal amarelo é o fato de que Gilberto, principal cobrador de penalidades pelo Bahia, bateu mal nas duas chances que teve no último domingo contra o Fluminense – tanto a primeira, defendida por Agenor, quanto a segunda, convertida após o juiz apontar adiantamento do goleiro na cobrança anterior.
Por outro lado, se Gilberto pode inspirar apreensão, o mesmo não parece valer para Élber. O atleta afirmou que, durante o treino, teve 100% de aproveitamento: botou para dentro os três pênaltis que bateu. E há ainda outro motivo para a confiança do torcedor: Volpi, apesar de goleiro, também bate pênaltis. E, na mesma disputa que classificou o São Paulo, perdeu a sua cobrança.