Para encerrar o semestre legislativo, o deputado Caetano (PT-BA) ocupou a tribuna da Câmara para comentar sobre a criação do banco de investimentos do bloco dos BRICS, que reúne Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul. O parlamentar, que é da Comissão de Relações Exteriores daquela Casa, lembrou que os gurus do capitalismo internacional não colocaram a menor fé quando surgiu o bloco, pois apostavam que os países membros seriam apenas mais uma nova fronteira de investimentos, para os mesmos jogadores de sempre.
“Mal sabiam eles que, passados mais de dez anos, na terra (Rússia) de Ivã, “o Terrível”, os BRICS fariam o impensável: concretizaram seu próprio banco de investimentos, o Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics, e seu próprio arranjo de contingente de reservas para ajudar caso seus integrantes. Os integrantes do bloco passam a operar com desenvoltura na nova ordem mundial”, afirmou o deputado.
Caetano acredita que os dois organismos surgiram da percepção de que as velhas instituições multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial, já não conseguem lidar com os desafios da nova geoeconomia mundial. Segundo a agência da ONU sobre o comércio e o desenvolvimento, os países em desenvolvimento precisariam de um trilhão de dólares para aprimorar sua infraestrutura. “Essas velhas instituições não têm condições de responder a esse desafio”, acredita ele.
“Elas continuam nas mãos das antigas potências e, para se ter uma ideia dessa disparidade, basta saber que a China, segunda economia mundial, tem menos votos no FMI que Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Sem contar que são organismos que exigem condições draconianas para fazer empréstimos, com enorme sacrifício dos povos dos países”, ressaltou o petista.
Juntos, os países dos BRICS têm 42% da população mundial e 26% do território do planeta. São responsáveis por 23% da economia mundial e 15% do comércio internacional. Não bastassem esses números, detêm 75% das reservas monetárias internacionais.
Além disso, foram responsáveis por 36% do crescimento da economia mundial, na primeira década deste século. Com a recessão nos países mais desenvolvidos, esse número pulou para cerca de 50%. Mesmo com a crise, a importância do bloco vem crescendo ano a ano.
Fonte: Ascom / Luiz Caetano


