No inicio desta semana, um boletim da Secretaria de Saúde do Estado apontava que Salvador esteve com 100% dos leitos clínicos pediátricos para a Covid-19 ocupados. O secretário de Saúde do município, Leo Prates, esclareceu que a ocupação seria nos leitos de enfermaria e que a criança internada neste ambiente, seria paciente em menor gravidade.
De acordo com a médica infectologista pediatra, Anne Galastri, um outro fator importante a ser levado em consideração é que a maioria dos casos de ocupação dos leitos são de crianças que apresentam quadros respiratórios e que são suspeitas de Covid-19, mas ainda sem confirmação.
Em entrevista para o ‘Isso é Bahia’, nesta quinta-feira, 22, Anne explica que as crianças ficaram sem ter contato com causadores de doenças respiratórias do ‘dia-a-dia’ com o isolamento social e agora, com o retorno das atividades, estão voltando a ter sintomas de doenças de antes da pandemia.
“Com o retorno das atividades normais, as crianças voltam a ter as patologias respiratórias de antes. Como não existe um teste que dá para fazer em qualquer momento, há uma ocupação dos leitos até que se prove o contrário e se tenha certeza que não há Covid-19”, comentou a especialista.
Porcentagem menor
A infecto pediatra também pontuou que o número de crianças internadas com Covid-19 no mundo é muito baixo, representando cerca de 4% do total de pessoas infectadas. Além disso, a maioria dos casos são benignos, com apenas 1% dos pacientes infantis precisando de internação. “Destas crianças, 40% vão precisar de leitos de UTI pediátrica”, frisou.
Volta as aulas
Anne alega que é possível pensar em um retorno das aulas, desde que as escolas adotem medidas de segurança e de higienização adequadas para manter a saúde de todos.
Entre as medidas, a especialista lista: “Escolas manterem o distanciamento entre as crianças, ambientes arejados, álcool em gel e pias disponíveis para higienização e treinamento dos alunos e colaboradores da escola”.
Apesar do número de ocupações de leitos pediátricos, Anne descarta a possibilidade de uma segunda onda de Covid-19 na Bahia e acredita em uma queda no número de casos de pessoas infectadas.
Fonte: A Tarde