A vacinação infantil tem tido baixa adesão no município de Camaçari. Com cerca de 32 mil crianças em idade apta para imunização, até o dia 28 de janeiro, apenas 2.424 tomaram a vacina. Em um levantamento feito pela Revista Nossa Metrópole, muitos pais afirmam que a demora para vacinar se deve ao receio das reações adversas, enquanto outros são taxativos ao declarar que não confiam na vacina.
Apesar de ainda ter receio de possíveis reações, Arquimedia Cristina, 28 anos, garante que confia na ciência e vai vacinar sua filha. “Não vacinei minha filha ainda porque estava com medo das possíveis reações da vacina, mas vou vacinar porque muitas outras vacinas salvam e combatem algumas doenças, então temos que acreditar que essa também vai salvar“.
Mãe de dois meninos, Ennie Carvalho também postergou a imunização dos filhos, mas diz já sentir-se segura para o processo de vacinação. “No primeiro momento fiquei receosa, mas agora, depois de avaliar todos os dados, não tenho dúvidas sobre os benefícios da vacina. Assim que puder meu filho será vacinado“.
Outras respostas mencionadas pelos entrevistados foram de que a vacina precisa de mais tempo para ser considerada segura. Uma mãe, que prefere manter a identidade em sigilo, diz não confiar na vacina, apesar de já ter sido imunizada com duas doses.
“Eu não quero que minha filha tome. Eu já tomei as duas doses, mas não quero que ela seja ‘cobaia’. É uma vacina teste, então vou esperar um tempo até que ela faça a idade para tomar a vacina de adulto. Também não confio nessa, sabe? Estou relutando para levá-la, a verdade é essa. A fabricante diz que não se responsabiliza pelas doses para crianças, então, como vou confiar e vacinar minha filha?“, afirma.
Em entrevista à Revista Nossa Metrópole, a pediatra Drª Tereza Giffoni diz que a vacina não está em fase experimental e que a Sociedade Brasileira Pediatria e a Sociedade de Infectologia Pediátrica indicam com segurança. “Sou favorável, pois tem muitas crianças pegando Covid. Os efeitos adversos da doença são piores se comparados aos da vacina“, finaliza.
Foto: divulgação
A Fiocruz ressalta ainda que a vacinação de crianças de 5 a 11 com a vacina da Pfizer é segura e eficaz, e conta com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e outras autoridades sanitárias do mundo, como a dos Estados Unidos, onde 8,7 milhões de doses já foram aplicadas nessa faixa etária.
“Dessas doses, foram notificados 4.249 eventos adversos, o que representa apenas 0,049% das doses aplicadas. A grande maioria (97,6%) dos efeitos notificados foram de leve a moderado, como dor no local da injeção, fadiga ou dor de cabeça. Ou seja, a vacina é, de fato, segura. Os dados comprovam a sua segurança, mostrando, na sua maioria, efeitos adversos que mães e pais já têm experiência em lidar com outras vacinas do calendário vacinal“, alerta a pediatra e pesquisadora clínica do Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz, Daniella Moore.
Confiante desde o primeiro momento, Soraia Alencar, 37 anos, mãe de Pedro Enrique Alencar, de 10 anos, não hesitou para imunizar seu filho. “Acredito na ciência e na eficácia da vacina. Desde que soube que estaria disponível para crianças, eu e o pai dele tínhamos a certeza que iríamos vaciná-lo“, afirma. “Ainda continuamos mantendo todos os cuidados, mas certos de que fizemos o melhor para o nosso filho“.