Rodoviários de Feira de Santana (a 109 km de Salvador) decidem nesta quarta-feira, 20, às 15h, em assembleia, se acatam a proposta de reajuste de 10% no salário e no tíquete-refeição, feita pelos empresários, e deliberam sobre o rumo do movimento no município.
Segundo José de Souza Almeida, da diretoria do Sindicato dos Rodoviários, na reunião realizada na tarde de segunda-feira, a categoria reivindicou reajuste de 20% e inclusão dos dependentes no plano de saúde.
“A proposta das empresas é a mesma dos rodoviários de Salvador e, ainda, 12% na contrapartida de alimentação. Porém os rodoviários decidem amanhã (hoje) se deflagram a greve ou não”, afirmou.
Por outro lado, a assessoria de comunicação da prefeitura informou que o prefeito José Ronaldo garantiu que não há possibilidade de o município promover um novo reajuste na tarifa de ônibus, que hoje custa R$ 2,70. O último reajuste ocorreu em fevereiro passado.
“As empresas só admitem conceder aumento aos rodoviários se a prefeitura autorizar novo reajuste do valor da passagem. E não há qualquer chance de isto vir a ocorrer”, afirmou o prefeito.
No entendimento do gestor , o reajuste superior a 14% autorizado no início do ano foi suficiente para permitir que as empresas fizessem o seu planejamento de custos e despesas para 2015.
“Não posso sacrificar a população, que já teve que enfrentar um reajuste de R$ 0,35 este ano”, justificou José Ronaldo. A prefeitura já abriu processo licitatório para definir novos prestadores de serviço para o transporte público.
Outra justificativa da administração municipal para não reajustar a tarifa é a precária condição dos ônibus. “Não há como conceder aumento em um sistema de transporte que deixa muito a desejar”, ressaltou.
José Ronaldo teme que uma greve penalize a população. “Sobre a possibilidade de greve, peço que os rodoviários dialoguem com as empresas, pois reajustamos a tarifa no início do ano”, observou.
Prejuízos
De acordo com o advogado do Sindicato da Empresas de Ônibus (Sincol), Ronaldo Mendes, representante legal das empresas de ônibus 18 de Setembro e Princesinha – detentoras do serviço de transporte coletivo -, mesmo com prejuízo financeiro, houve investimentos.
“Melhoramos a frota e o serviço. Porém o município ficou dois anos consecutivos sem aumentar a tarifa, e isso levou prejuízo às empresas. Em 2013, a prefeitura diminuiu a tarifa para R$ 2,35 e, em 2014, manteve esse valor”, lamentou.
Mendes garante que os rodoviários não vão entrar em greve. “Eles seguem os rodoviários de Salvador, que aceitaram a proposta. Então, eles não vão entrar em greve, mas acatar o reajuste de 10% em cima dos direitos trabalhistas, dos salários e tíquete-alimentação”, assegurou.
Dados
Feira de Santana possui 2 mil rodoviários e 230 ônibus. Segundo dados do Sindicato dos Rodoviários, hoje um motorista recebe R$ 1.770 e o cobrador R$ 1.033. A última greve da categoria na cidade aconteceu em dezembro de 2014 e durou três dias.
Fonte: A Tarde