A manhã desta terça-feira (13), 23 dias após a tentativa de assalto que resultou na morte de Ângela Passos, 34 anos, se tornou marco de dor eterna para a família da pastora.
Familiares e amigos íntimos de Ângela, realizaram uma manifestação pacífica, que clamava por justiça. O grupo se reuniu na Praça Abrantes e caminhou chamando à atenção da opinião pública para o caso que chocou Camaçari. Nos cartazes apresentados pelos manifestantes, muita dor e saudades.
A filha da vítima, Amanda Passos, 15 anos, foi a manifestação pedir justiça pela morte da mãe. “Eu perdi a minha mãe em um crime banal. Uma mulher jovem, íntegra, com toda uma vida pela frente. E nesse momento, os criminosos estão soltos”, desabafa a jovem.
O pastor Dennyson, esposo de Ângela, apesar de ainda muito abalado, também manifestou indignação. “Dessa vez foi a minha esposa, mas amanhã pode ser qualquer outra pessoa. Até quando vamos viver numa sociedade tão injustiça e sem nenhuma segurança? Não podemos aceitar que esses homens permaneçam em liberdade. O que me conforta é que a justiça de Deus, certamente, será feita”, disse.
Entenda o caso:
A justiça libertou os acusados da tentativa de assalto contra Ângela Oliveira da Silva Passos, que acabou sendo baleada na cabeça após fugir do assalto em 23 de março. Ela estava na porta de casa quando o crime aconteceu.
Os dois homens que estariam envolvidos no caso foram presos em seguida e continuam detidos até esta quinta-feira (25), quando a justiça revogou a prisão. A juíza Bianca Gomes da Silva justificou que “não há como manter a prisão em flagrante, uma vez que esta não se encontra respaldada em nenhuma das hipóteses previstas no artigo 302 do Código de Processo Penal (flagrante próprio, impróprio, presumido) que tem caráter exaustivo e não meramente exemplificativo” e que “sequer a arma de fogo utilizada na ação delituosa fora localizada em poder dos acusados”.
De acordo com depoimentos, Adenilson da Silva Santos teria efetuado o disparo. No entanto, “o exame residuográfico nele efetuado concluiu pela ausência de resíduos de disparos de arma de fogo, consoante laudo pericial”. Por não responder a outros crimes, nada indica “nos autos elementos que indiquem sua inclinação a atividades criminosas”.
Balbino Santana Souza, que supostamente estaria pilotando a moto, não foi reconhecido “não havendo qualquer elemento que o vincule a cena do crime, a não ser o fato de conduzir uma motocicleta com características semelhantes, mas não iguais àquela supostamente utilizada na ação criminosa”.