John Kennedy Carvalho de Oliveira, José Carlos Souza, Juarez dos Santos Silva e Roque Saraiva Teixeira. O que eles tinham em comum? Eram todos pais de família e trabalhadores, assassinados brutalmente à queima-roupa, em Camaçari. Os crimes ocorreram no intervalo de pouco mais de quatro meses, três deles em plena luz do dia, sem qualquer receio por parte dos criminosos em manter o anonimato.
A população camaçariense presenciou, nos últimos meses, crimes brutais que chocaram pelas circunstâncias que foram praticados. Os executores não se preocuparam com o horário, nem o local onde cometeram os delitos.
O comerciante John Kennedy Carvalho de Oliveira, 49 anos, foi executado em seu estabelecimento comercial, uma distribuidora de bebidas no bairro da Gleba C, no dia 30 de setembro do ano passado. Segundo a polícia, a morte foi motivada por ciúmes. O mandante da execução teria desconfiado que a vítima estivesse tendo um relacionamento amoroso com sua ex-companheira. Caso não confirmado pelos familiares. O executor dos disparos foi detido pela Polícia Militar, minutos após ter cometido o crime, mas o mandante continua foragido. No mesmo bairro, o coordenador da Força-Tarefa de Camaçari, José Carlos Souza, 55 anos, foi vítima de latrocínio, roubo seguido de morte, quatro dias após o homicídio de Kennedy. Souza estava em um açougue, quando um dos bandidos anunciou o assalto. Segundo testemunhas, a vítima estava armada, reagiu e um dos homens efetuou os disparos. Ele morreu no local.
Kennedy e Souza, dois assassinatos que chocaram os moradores de Camaçari no ano passado. Este ano, os homicídios continuaram acontecendo e aumentando a sensação de medo dos moradores. No fim de janeiro, mais especificamente no último sábado (31), Juarez dos Santos Silva, 49 anos, proprietário da Vidraçaria Aliança, foi morto com dois tiros na cabeça, também em plena luz do dia. O empresário foi abordado por dois homens encapuzados, a bordo de um carro vermelho, por volta das 15h. Ele chegou a receber atendimento, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu na unidade médica.
Continuando a onda de violência, no primeiro dia de fevereiro, outro trabalhador foi morto por bandidos. O aposentado e técnico judiciário do TJ-BA, Roque Saraiva Teixeira, 67 anos, foi vítima de um assalto em um sítio da família, na região de Cajazeiras de Abrantes, Estrada da Cascalheira. O crime ocorreu por volta das 20h, do último domingo. De acordo com a polícia, Roque estava no local confraternizando com amigos e familiares quando foi surpreendido por dois homens armados que invadiram sua residência e anunciaram o assalto. No momento da ação dos bandidos, Roque reagiu e chegou a entrar em luta corporal com um dos suspeitos, mas acabou baleado por dois tiros no abdômen. A vítima foi socorrida para o Hospital Geral de Camaçari (HGC), mas não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho da unidade. Segundo declaração da delegada Daniele, da 26ª Delegacia Territorial (DT/Abrantes), que investiga o caso, Roque era um rapaz de bem, pai de família e não tinha rixas com ninguém da região: “Ele foi vítima de um assalto”, afirmou.
Enquanto esses crimes forem praticados sem que haja a punição dos culpados, mais trabalhadores e pais de família continuarão à mercê dos bandidos, com medo e receio de sair na rua ou até mesmo ficar dentro da sua própria residência.
Texto: Fernanda Melo / Redação Nossa Metrópole
