Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em 0,93% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), acelerando de forma considerável em relação à taxa de janeiro (0,26%).
Foi a maior inflação para um mês de fevereiro na RMS em cinco anos, desde 2016, quando o IPCA havia ficado em 1,41%. O índice da RMS ficou acima nacional, que registrou 0,86%, e foi o 7º mais alto entre as 16 áreas investigadas separadamente pelo IBGE. Em fevereiro, a inflação foi mais elevada nas regiões metropolitanas de Fortaleza/CE (1,48%) e Belém/PA (1,41%) e em Brasília (1,18%).
Por outro lado, os menores índices foram registrados nas RMs Rio de Janeiro/RJ, com 0,38%, e Belo Horizonte/MG, com 0,73%, e no município de Goiânia/GO, que registrou 0,76%.
Com esse resultado, o IPCA na RMS acumula alta de 1,19% nos dois primeiros meses de 2021. Está um pouco acima do índice nacional (1,11%), mas é apenas o 10o mais elevado entre os 16 locais investigados.
Nos 12 meses encerrados em fevereiro, a inflação na RM Salvador acumula alta de 5,03%. Acelerou em relação aos 4,23% registrados nos 12 meses encerrados em janeiro, mas ainda se mantém um pouco abaixo do acumulado no país como um todo (5,20%).
Combustíveis e escolas
Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, oito apresentaram altas em fevereiro, na Região Metropolitana de Salvador. Apenas vestuário (-1,28%) teve deflação, a segunda consecutiva neste ano.
Com a segunda maior alta, o grupo transportes (2,17%) foi a principal pressão inflacionária no mês, na RMS, com peso forte do aumento nos combustíveis (7,54%). A gasolina (7,37%) foi o item que, individualmente, mais puxou o IPCA para cima, mas o etanol (9,80%) e o óleo diesel (7,17%) também aumentaram de forma significativa.
A segunda principal influência na alta do IPCA de fevereiro na RMS veio do grupo educação (4,72%), que teve o maior aumento no mês. É em fevereiro que o IBGE capta a maior parte dos aumentos nas mensalidades escolares, que, por isso, costumam ter forte impacto nos índices de inflação (IPCA-15 e IPCA).
Em 2021, o aumento da educação na RMS (4,72%) foi maior que o de 2020 (4,00%), mas ficou levemente abaixo do verificado em 2019 (4,74%).
Dos custos com educação, as principais pressões de alta vieram das mensalidades escolares (cursos regulares, com 6,77%), puxadas pelo ensino fundamental (11,79%) e pela pré-escola (13,55%, segundo item que mais aumentou na RMS em fevereiro e a terceira maior alta do país).
Os alimentos (0,62%) também seguiram pressionando o custo de vida da RM Salvador em fevereiro, mas tiveram uma desaceleração em relação a janeiro, quando haviam aumentado em média 1,08%. Itens importantes do dia-a-dia seguiram em alta, como a cebola (22,22%), que teve maior aumento dentre as centenas de produtos e serviços pesquisados no IPCA.
A Tarde