O que era para ser uma forma pacífica de manifestação acabou em agressão física em Camaçari. Sindicalistas com opiniões opostas se agrediram na manhã desta segunda-feira (25), em frente à Prefeitura Municipal.
Segundo informações do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Camaçari (Sindsec), Silval Cerqueira, quando o grupo de manifestantes estava pronto para sair da prefeitura e tomar as ruas da cidade, um segundo grupo do mesmo sindicato, mas com opinião oposta, se aproximou e iniciou as provocações. Ainda de acordo com Silval, uma mulher do referido grupo partiu para cima dele e o agrediu com um soco no nariz, aplicando, logo após, golpes de guarda-chuva nos braços, cabeça e rosto do presidente. “Eu não a agredi, apenas me protegi das agressões”, disse, se defendendo das acusações de que ele a teria agredido. “Ela chegou a quebrar os meus óculos. Quero que prove que a agredi”, completou.
Segundo manifestantes do grupo contrário, a mulher, que também é servidora pública, levou um soco do presidente do sindicato e, após as agressões, com o rosto sangrando, foi levada para o hospital.
O caso foi parar na 18ª DT de Camaçari, onde Silval prestou queixa contra a mulher e foi encaminhado para realizar exame de corpo delito. A mulher não foi encontrada para comentar sobre o assunto.
Segundo o presidente do sindicato, a prefeitura abriu uma mesa de negociação, mas continua mantendo a proposta de reajuste de 6,41%, contra os 15% solicitados pelos trabalhadores. Em ata da última reunião realizada na quinta-feira (21), o governo garantiu 30% de periculosidade para vigilantes, porteiros e guardas municipais e 20% de insalubridade para as merendeiras. Com isso, cerca de 700 serão beneficiadas. Além de reajuste nos vales alimentação, de R$ 11,00 para R$ 14,90; e transporte, de R$ 7,40 para R$ 9,80. Esses benefícios já foram aceitos pela categoria.
O grupo que se manifestou contra, segundo Silval, é contrário às propostas oferecidas pelo governo. “Trata-se de uma manifestação política partidária”, finalizou.
A greve dos servidores públicos de Camaçari já entra em seu oitavo dia de greve. Serviços essenciais de saúde estão mantidos, com, no mínimo, 30% dos profissionais atendendo, conforme exige a lei.
Fernanda Melo / Redação Nossa Metrópole