Uma mulher de Campina Grande fez um bolo para comemorar a aprovação na prova prática do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) após 10 tentativas frustradas para tirar a carteira de motorista. Poliana Bezerra relata que juntou as pessoas que a apoiaram para celebrar e registrar o momento em que finalmente conseguiu tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Ao longo de 10 anos, Poliana teve que abrir dois processos no Detran para dar entrada na habilitação.
No total, Poliana reprovou 10 vezes e em todas elas errou a baliza. Mas ela lembra também que, nessas tentativas, sempre alguma coisa estava errada.
“Eu reprovei no total, 10 vezes, né. Então assim, era uma seta, era uma marcha mal dada, até contramão eu fiz”, brinca Poliana.
A jornada para tirar a CNH
Poliana é assistente de departamento pessoal, tem 37 anos e mora em Campina Grande. A jornada para a conquista da CNH começou entre 2013 e 2014, quando ela decidiu tirar a carteira de habilitação por conta da necessidade. Ela relata que tinha uma filha e que nem sempre seu marido tinha disponibilidade para dirigir. Então, para ter essa liberdade, ela começou a aprender a dirigir.
Foi então que Poliana deu entrada no processo de tirar a CNH e reprovou a primeira vez. Ela lembra que tudo aconteceu na saída do teste da baliza – que na época, era o último a ser feito.
A assistente abriu outro processo em 2015, mas reprovou três vezes na prova. Poliana acredita que as reprovações foram fruto de seu próprio nervosismo.
As cobranças para tirar a carteira de motorista continuaram a chegar, por parte do pai e do esposo, e depois das reprovações ela dizia que não iria mais conseguir. Contudo, Poliana disse a si mesma que de uma forma ou de outra iria conseguir tirar o documento.
Em 2020, ela abriu outro processo, pagou uma nova habilitação, fez todas as etapas e na hora da prova prática, se deparou mais uma vez com a baliza e reprovou.
A sétima tentativa
Foi na sétima tentativa que o processo para tirar a carteira de habilitação se tornou um desafio muito grande para Poliana. As pessoas passaram a criticá-la e a incentivá-la a desistir de tirar a CNH.
Poliana relata que nunca teve problema em comentar sobre esse assunto e nem teve vergonha, porque ela sempre soube que não era burrice e que nem era falta de habilidade na direção. Ela afirma que sabe dirigir, fazer a baliza e os outros requisitos do teste, mas na hora de testar a baliza, ela ficava nervosa.
“A partir da sétima vez, começou pra mim a ser um desafio muito gigante, né. Porque as pessoas começaram a me criticar, começavam a soltar piada pra mim… as pessoas diziam ‘Ah, leva um travesseiro’ e eu nunca tive vergonha de comentar isso com ninguém”, explicou Poliana ao g1.
Ela lembra que quanto mais as pessoas a criticavam e diziam piadas, mas ela dizia a si mesma que um dia ela conseguiria.
Ao enfrentar a prova pela 11ª vez, Poliana pensava que essa seria sua última tentativa. Contudo, seu marido a apoiava, dizendo que ela iria sim conseguir e que ela deveria fazer quantas balizas fossem necessárias para passar.
Poliana seguiu para o Detran, já muito apreensiva em ser reprovada novamente, mas lembra que orou muito, fez promessa e pediu a intercessão de Nossa Senhora das Graças. Ao g1, Poliana conta que suas mãos suavam frio quando ela entrou no veículo disponibilizado pela autoescola para fazer a prova.
Então ela se acalmou, fez a prova e, quando a funcionária do Detran sinalizou que ela passou, Poliana deu um grito de felicidade, agradecendo a Deus, já que ela tinha realizado um sonho.
Quando passou, Poliana contou a todo mundo seu feito e fez um bolo falso para comemorar. Ela foi na casa das pessoas que torceram por ela para tirar uma foto, porque ela queria muito eternizar esse momento.
“Quando eu passei, eu me senti muito grata, muito agradecida. Eu fiquei tão feliz, tão realizada, que assim… Eu saí dizendo a todo mundo”, lembrou.
Agora já com duas filhas, Poliana vai poder dirigir para elas sem medo.
G1