O total de vítimas deve aumentar à medida que avançam os trabalhos de resgate no Nepal. Milhares de nepaleses passam a noite em barracas por temerem novos tremores ou porque suas residências foram destruídas.
O número oficial de mortos pelo terremoto são de 3.723 na manhã desta segunda-feira (27), segundo relatório do Ministério do Interior. Ainda não há um número exato de feridos. A imprensa local havia dado anteriormente o número de 6.535. As informações são da agência EFE.

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Fontes do Centro Nacional de Operação de Emergência confirmaram que já tinham sido identificados cerca de 1,3 mil dos mortos. A situação mais crírica é na região de Katmandu, onde as autoridades nepalesas trabalham na remoção de escombros e na reabertura de estradas.
Além disso, buscam estabilizar o fornecimento de energia elétrica, que atualmente abastece 75% do país, de acordo com fontes da companhia elétrica local. A meta é chegar aos 85% no final da tarde desta segunda-feira. As comunicações telefônicas continuam gravemente afetadas.
O terremoto do último sábado matou mais de 18 pessoas numa avalanche no monte Everest. Cerca de 90 pessoas morreram em países vizinhos, incluindo a China e a Índia, devido ao sismo de magnitude 7,9 na escala Richter que devastou a região nepalesa conhecida como Vale Central, na encosta da Cordilheira do Himalaia, no sábado.
A tendência é que o número de vítimas aumente ainda mais, à medida que as equipes de resgate cheguem a localidades isoladas nas montanhas. Uma autoridade do governo distrital de Gorkha disse que há vilarejos onde 70% das casas foram destruídas. Segundo ele, somente neste distrito há 223 pessoas mortas, mas o número deve subir porque há milhares de feridos.
O terremoto devastou a região entre a capital Katmandu e a cidade de Pokhara, além de dar início a uma avalanche no monte Everest, que soterrou parte de um acampamento de alpinistas estrangeiros que se preparavam para escalar a montanha mais alta do mundo. A avalanche foi registrada em vídeo por um dos alpinistas.
Além do resgate de vítimas, a prioridade do governo do Nepal é reabrir estradas no Vale Central e recuperar o sistema de eletricidade. Segundo o chefe da Secretaria do Executivo do Nepal, Leela Mani Poudyal, o governo mobilizou todos os recursos para ajudar a população. Poudyal afirmou que 15 helicópteros se deslocam a diferentes pontos do Vale Central, que sofreu os maiores efeitos do sismo. Uma réplica do abalo de sábado, de magnitude 6,7, atingiu o país no domingo.
Milhares de pessoas dormiram em barracas pela segunda noite consecutiva, algumas delas por terem suas residências destruídas, outras por temerem voltar para casa por causa das réplicas do terremoto.
Ajuda internacional
A Comissão Europeia aprovou ajuda inicial de 3 milhões de euros ao Nepal. O dinheiro deverá ser parte adicional do apoio que os Estados-membros da União Europeia estão prestando ao país, afirmou a Comissão neste domingo em Bruxelas.
Ainda neste domingo, 52 especialistas alemães da organização Isar Germany, especializada na busca de vítimas de terremotos, partiram para o Nepal para ajudar no resgate de pessoas soterradas. A China também enviou 62 especialistas com cães farejadores para o país e anunciou que deverá enviar médicos e soldados esta semana.
Nesta segunda-feira, a Cruz Vermelha da Alemanha vai enviar um avião com 60 toneladas de barracas, cobertores, artigos de higiene e outros materiais de ajuda para o Nepal. O voo financiado pelo Ministério do Exterior da Alemanha também deverá transportar equipamento para o tratamento de água potável para a região atingida pela catástrofe.
Austrália e Nova Zelândia também disponibilizaram 4,5 milhões de dólares. A Índia mandou dois aviões militares para a retirada de seus próprios cidadãos, enviando também 13 aviões com material de ajuda. A Coreia do Sul anunciou o envio de uma equipe de busca e resgate e uma doação inicial de 1 milhão de dólares. Japão, Paquistão e Israel também estão prestando apoio.
O terremoto do sábado foi o pior a atingir o Nepal em mais de 80 anos. O abalo foi tão forte que pôde ser sentido na Índia, em Bangladesh, no Tibete e no Paquistão. O pior terremoto já registrado na história do Nepal, com magnitude 8 na escala Richter, aconteceu em 1934.
Fonte: Terra