O influenciador digital mineiro Adair Mendes Dutra Júnior, de 31 anos, conhecido como Junior Dutra, faleceu na última sexta-feira (3) em decorrência de graves complicações ligadas a um procedimento estético chamado “Fox Eyes”, realizado em março. A técnica, que utiliza fios de sustentação para levantar as sobrancelhas, teria causado infecção, inchaço acentuado, hematomas e risco de sepse (infecção generalizada).
A Denúncia e o profissional
Dias antes de sua morte, Junior Dutra registrou um boletim de ocorrência contra Fernando Simionato Garbi. O influenciador conheceu o trabalho do profissional, que se apresentava como “médico especialista em face”, através das redes sociais e já havia realizado outros procedimentos com ele.
De acordo com o registro policial, quando Junior relatou as sequelas, o profissional não teria prestado a assistência adequada. Alegou, segundo a polícia, que as complicações se deviam à falta de vitaminas e ao efeito de suplementos.
A Investigação: A apuração revelou que Fernando Simionato Garbi não possui registro ativo no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP), mas sim no Conselho Regional de Odontologia (CRO).
Acusações no B.O.: O boletim de ocorrência aponta que a conduta de Garbi expôs Junior Dutra a sequelas graves, induzido por “propaganda enganosa e autopromoção nas redes sociais do falso médico, que induzia pacientes a erro ao se passar por profissional”.
A advogada de Junior Dutra, em entrevista ao SBT, confirmou as medidas judiciais em curso e destacou que a falha crucial de Fernando Garbi foi “não dar o pós-atendimento para o Junior”.
Caso Junior Dutra: posicionamento do CREMESP
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP) reforçou a necessidade de que procedimentos invasivos sejam realizados exclusivamente por médicos devidamente registrados, conforme estabelece a Lei do Ato Médico. A entidade informou que:
Não há médico com registro ativo em SP com o nome de Fernando Simionato Garbi.
Reiterou que apenas médicos estão capacitados para realizar procedimentos invasivos e para identificar e tratar eventuais complicações.
A Defesa de Fernando Garbi
A defesa de Fernando Simionato Garbi nega qualquer relação do profissional com a morte do influenciador. Em nota, a defesa argumenta que ele atua regularmente como Cirurgião e Traumatologista Bucomaxilofacial, com autorização do Conselho Federal de Odontologia (CFO), sob o registro n° 97.032/CRO-SP.
Base Legal: Afirma que Garbi está autorizado a realizar procedimentos bucomaxilofaciais e de harmonização orofacial, citando a Resolução CFO n° 198 de 2019.
Investigações: A defesa declara que as investigações comprovarão a ausência de vínculo com o falecimento de Junior Dutra, atribuindo as acusações a pessoas em busca de “notoriedade”.
Ameaça de Ação Judicial: Por fim, a nota informa que serão movidas ações nas esferas cível e criminal contra os autores de “injúrias e calúnias”.
ARATU
