Na segunda fase da Operação E o Vento Levou, que fez parte da 5º etapa da Operação Descarte, foram cumpridos, nesta quinta-feira, 25, sete mandados de busca e apreensão em Salvador, Lauro de Freitas e Milagres, na Bahia, Nova Lima (MG) e São Bernardo do Campos (SP).
A origem da operação foi o repasse de R$ 850 milhões da empresa Cemig Geração e Transmissão para a Renova Energia SA. Do valor original, R$ 40 milhões foram desviados por contrato superfaturado para a empresa Casa dos Ventos.
Em seguida, ocorreu a divisão dos valores entre pessoas e empresas ligadas a políticos. Na 1ª fase da operação, o foco foi o PSDB de Minas, com envolvimento do tesoureiro da campanha de Aécio Neves para a presidência da República em 2014.
Foco
No entanto, conforme o delegado da Polícia Federal Victor Hugo Alves, não há comprovação sobre quem ficou com o dinheiro.
“O foco da 2ª fase da operação é identificar o destino final dos valores”, disse o delegado. Ele afirmou que as provas apontam também para pessoas ligadas ao PT de Minas Gerais e também da Bahia.
De acordo com o auditor fiscal da Receita Federal Paulo Martinasso, já foram identificados 140 procedimentos fiscais decorrentes da distribuição do dinheiro por contratos fictícios.
As ações autorizadas pela Justiça executadas nesta quinta têm por base os documentos e materiais apreendidos na 1ª fase da operação, em abril. O material apreendido será encaminhado para análise da PF em São Paulo.
Entre as pessoas que tiveram o sigilo telefônico quebrado nesta quinta, por determinação da 2ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo, está o ex-governador mineiro Fernando Pimentel.
Os mandados de busca e apreensão na Bahia foram dirigidos aos endereços de André Pinho Joazeiro e de Jean Carlos Meireles, que tiveram o sigilo fiscal e telefônico quebrado entre de 31 de março de 2014 a 31 de dezembro de 2015. Também em empresas de consultoria e serviços, comércio, uma gráfica, locadora de veículos, máquinas e equipamentos e uma companhia de projetos e obras.
Entre os crimes investigados estão sonegação fiscal, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, associação criminosa e falsidade ideológica. O contato com os alvos da operação não teve retorno até o fechamento desta edição.