A prefeitura de Salvador está negociando com duas empresas a compra direta da vacina contra o novo coronavírus. O prefeito eleito de Salvador, Bruno Reis, que assume a cidade na próxima semana, contou que enquanto aguarda o desenrolar do processo da CoronaVac, no Instituo Butantan, está negociando diretamente com as empresas Johnson e Johnson e Moderna.
Bruno Reis contou que Salvador está preparada para investir de R$ 60 a R$ 80 milhões na compra da vacina, mas que ainda não se sabe quantas doses seriam possíveis comprar com esse montante. O dinheiro vai sair diretamente dos cofres municipais. A intenção é não ficar esperando pelos Governos Federal e Estadual.
“A vantagem da vacina da Johnson e Johnson é que ela é uma única dose. Então, estamos vendo qual a melhor forma de adquirir e quanto de quantitativo eles podem disponibilizar”, afirmou, em entrevista à TV Record Bahia.
Ele contou que Salvador tem interesse em comprar a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com a China, e que está aguardando o desenrolar dos processos.
“Vamos adquirir a vacina, não estamos esperando o Governo Federal. Desde quando eu fui eleito nós encaminhamos para o Instituto Butantan a formalização do desejo de querer adquirir essas doses. Falei por telefone com o governador João Dória (PSDB) e ele me garantiu que disponibilizaria uma cota para Salvador, então, o contato com a CoronaVac está feito, mas nós não estamos dependendo apenas dessa vacina. Existem outras”, disse.
O prefeito eleito criticou a demora da União em comprar um dos imunizantes disponíveis no mercado. “Estávamos mantendo contato com a Pfizer. Infelizmente, o Brasil não comprou a vacina da Pfizer. Costa Rica, México, e Chile já começaram a vacinação, e o Brasil, maior país da América Latina, está atrasado. A gente lamenta, mas tem outras vacinas”, afirmou.
Atualmente, Salvador tem quatro ultrafreezers para armazenar as vacinas a -86ºC. A capacidade do Município é de estocar ao mesmo tempo 160 mil doses, com temperaturas abaixo de – 75ºC.
“Separamos no nosso orçamento algo entorno de R$ 60 a R$ 80 milhões para a Prefeitura, que não tem essa responsabilidade, adquirir. O que é que diz a Política Nacional de Saúde Pública? Que é atribuição, que é dever do Governo Federal oferecer as vacinas, e os estados e municípios fazerem a distribuição e aplicação das vacinas”, contou.
As seringas e as agulhas já foram compradas, e o plano de imunização foi definido e apresentado pela Prefeitura no início de dezembro. Os grupos prioritários serão os profissionais de saúde das áreas pública e privada, 103 mil em Salvador, e pessoas acima de 60 anos, cerca de 380 mil na capital.
Bruno Reis lembrou que o Governo do Estado está em negociação com a Rússia para a aquisição da vacina Sputnik, e voltou a afirmar que a origem do medicamento não interessa. O critério que será usado para escolher o imunizante oferecido aos soteropolitanos será a eficiência do produto.
Fonte: Correio