O que era para ser uma simples ida ao mercado se tornou uma situação desesperadora para a jornalista baiana Maíra Azevedo, conhecida como Tia Má. A apresentadora relatou na internet ter sido perseguida por um segurança enquanto fazia compras em um supermercado em Lauro de Freitas. Inicialmente, pensou se tratar de um caso de assédio, mas se deu conta de que estava sendo vítima de racismo.
“Ia atrás de mim e eu com medo dele estar me assediando. Até que me dei conta que era o racismo nosso de cada dia. Estava sendo discriminada por ser suspeita. Aquilo foi me dando um desespero. E é assim que a gente enlouquece. Porque não precisa nada ser dito. É o olhar, a perseguição. A abordagem é sempre a mesma. Nos seguem e nos olham como marginais em potencial”, escreveu Tia Má nas redes sociais.
Ela gritou na loja e buscou falar com a gerência. Afirmou ainda que, inicialmente, a administração do local tentou negar racismo, mas mudaram a postura durante a conversa. Ainda de acordo com a jornalista, o caso aconteceu no GBarbosa de Vilas do Atlântico.
“E é preciso que as lojas entendam que a segurança, mesmo que terceirizada, é responsabilidade das redes. Ao falar com a gerente, que primeiro tenta negar o fato, mas ao perceber que eu não era uma pessoa desinformada, ela concordou e disse que falaria com o funcionário. Mas fiz questão de reafirmar que não é um problema dele e sim da loja, pois se ele está a serviço do mercado, é a própria rede que estava me seguindo e me colocando como suspeita”.
Tia Ma desabafou nas redes sociais que desabou em lágrimas ao entrar no carro. “Fiquei paralisada e, ao entrar no carro, chorei. Só agora consegui escrever, porque dói demais. Precisei gritar para o homem parar de me seguir, e ele me seguindo estava me sentindo coagida. Me fortaleci porque estava na companhia de minha tia e depois mais duas clientes afirmaram que isso (a discriminação) já é uma constante na loja. Que isso deixe de fazer parte do nosso cotidiano”, desabafou.
Em pronunciamento enviado ao CORREIO, a rede GBarbosa se solidarizou com o caso, e afirmou que está apurando a situação relatada de forma cuidadosa e criteriosa, pois “não compactua com nenhum tipo de ação ou comportamento que possa ser ou parecer um ato de discriminação e racismo”.
“A empresa reforça que preza pelo respeito integral a todas as pessoas que frequentam suas unidades e que tomará as medidas cabíveis após finalizar a apuração do caso”, diz nota.
Fonte – Correio


