O ex-prefeito de Camaçari, José Tude (PTN), que não se elegeu deputado estadual na eleição passada, já anunciou que será candidato a prefeito de Camaçari em 2016, anunciando uma disputa que acontecerá contra o atual prefeito da cidade, Ademar Delgado (PT).
Os petenistas a nível estadual estão na base do governador Rui Costa (PT), mas no município, a legenda continuou na oposição à administração municipal.
Nos bastidores políticos, ventila-se que a decisão de Tude pode soar como uma possível dissidência, uma vez que haveria conversas no sentido de um entendimento entre ambas as legendas a nível municipal para que o petenista fosse o vice na tentativa à reeleição do atual prefeito Ademar Delgado (PT).
Por outro lado, dizem que esta ida de José Tude para a posição de candidato a vice-prefeito seria uma pressão que o PT estaria fazendo ao PTN devido ao fato de ter dado a diretoria do Detran a Mauricio Bacelar, que já foi candidato a prefeito da cidade.
Há também quem afirme que o lançamento da candidatura de Tude seria para medir as forças de cada candidato e dar espaço para negociações futuras. Tude se anunciou como candidato em 2016 logo após pesquisas internas do PTN em Camaçari terem apontado a liderança do ex-prefeito na disputa do ano que vem.
Ainda conforme os petenistas de Camaçari, a sigla tem se movimentado para organizar um plano baseado nas propostas da eleição de 2012, quando o PTN jogou na disputa Mauricio Bacelar, atual diretor geral do Detran, contra Delgado.
Apesar das especulações, o presidente do PTN na Bahia, deputado federal João Carlos Bacelar, nega qualquer tentativa de entendimento para Tude como vice e esclareceu que a candidatura do ex-prefeito de Camaçari, caso ocorra, será ancorada e apoiada pela legenda.
Ao mesmo tempo ele adianta que o único entendimento existente até o momento é que o projeto político de qualquer prefeitura vai ser de acordo com o do governador Rui Costa. “Nunca houve esse entendimento. A conversa com Rui Costa foi de que vamos fortalecer cada partido em sua candidatura. Tude sair candidato, de maneira nenhuma provoca rusga com o PT. Agora nossa candidatura será sobre a liderança do governador, dentro do projeto político dele”, garantiu.
Conforme o presidente do PTN baiano, ainda é cedo para assegurar essa candidatura própria. O nome de Tude, segundo ele, nunca foi cotado para vice-prefeito. “Agora estamos há mais de um ano da eleição, há quase 17, 18 meses da eleição, então nada é definitivo, todo mundo tem nesse momento que colocar sua candidatura para se fortalecer, inclusive para negociações futuras”, minimizou.
Pesquisas – José Tude se pronunciou, no último sábado, sobre as pesquisas que apontaram a sua liderança. “O resultado demonstra uma insatisfação na cidade com o atual governo, abrindo espaço para um novo modelo de gestão. Por isso, vou colocar o meu nome à disposição do PTN”, declarou. Ele disse ainda se sentir honrado com o resultado da pesquisa, que é fruto dos três mandatos que teve à frente da prefeitura de Camaçari. “Sinto-me honrado e feliz com a grande aceitação popular apontada nas consultas, fruto dos três mandatos que tive à frente da prefeitura, com um trabalho voltado para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”.
Questionado pela Tribuna sobre o assunto, o atual prefeito da cidade, Ademar Delgado, afirmou que não houve nenhum acordo para Tude como seu vice, conforme ventilado. “Houve conversas com Josias Gomes, secretário de Relações Institucionais do Governo, e com o pessoal do PTN, mas nenhum acordo. Agora tudo pode vir a acontecer”, disparou, dando a entender que nada está descartado. “Tude é o presidente do PTN local, que não está na base do governo (sic). Nós que estabelecemos uma parceria com o PTN administrativamente através do Detran…”, disse.
Delgado destaca que tem um bom relacionamento com José de Tude. “É uma figura que tenho bom relacionamento no campo pessoal e estamos em oposição no campo político. Temos um diálogo bom. Mas meu objetivo é fazer um bom mandato nesse momento”.
Irregularidades – Tude já foi condenado pelo Tribunal de Contas do Município a devolver R$ 233,243,15 aos cofres do município relativos à prestação de transporte de alunos durante recesso escolar na cidade. O TCM encontrou na prefeitura dele, na época, diversas irregularidades.
Fonte: Tribuna da Bahia