Além de mercados desenvolvidos e tradicionais, como Europa e América do Norte, o plano de restruturação operacional da Ford também será implementado em mercados de economia emergente. Prova disso vem da Índia, onde a imprensa local relata planos envolvendo a venda de uma das principais fábricas da marca no país: a planta de Sanand, em Gujarat, responsável pela produção dos modelos Figo e Aspire (ou seja, nosso conhecido Ka).
Detalhes ainda são desconhecidos, mas fontes ouvidas pelo site LiveMint adiantam que as negociações estão sendo tocadas diretamente pela sede da Ford na Ásia-Pacífico, em Xangai, na China. A ação faz parte de uma nova diretriz operacional pensada para otimizar a competitividade da empresa em mercados emergentes. No Brasil, estratégia semelhante gira em torno da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), que despertou interesse de compradores após deixar de produzir caminhões e o compacto Fiesta.
A unidade é considerada uma das mais modernas da Ford na Ásia e foi inaugurada em 2015, ao custo de US$ 1 bilhão. Atualmente tem capacidade para entregar anualmente 240.000 veículos e 270.000 motores, atuando principalmente como plataforma de exportação para mais de 30 países. Segundo a publicação, a Ford estaria interessada em se desfazer da planta por não mais enxergar necessidade em possuir duas fábricas em solo indiano. A marca possui outra planta em Chennai, inaugurada em 1995, onde tem capacidade instalada de 200.000 veículos e 340.000 motores por ano. É lá que são produzidos os SUVs EcoSport e Endeavor (baseado na plataforma da picape Ranger).
Na prática, operar localmente com duas fábricas não faz sentido levando em consideração os números de vendas atuais. Segundo a reportagem, a marca vem amargando quedas consecutivas nos emplacamentos mensais, sendo a mais recente de 26% (números de abril a agosto de 2019 comparados aos dados do mesmo período de 2018). Como não conseguiu sustentar volumes robustos, a Ford passou a usar a Índia essencialmente como base de exportação para mercados estrangeiros – operação que dispensa o funcionamento local de duas fábricas diferentes. Fontes ouvidas pela publicação adiantam que as intenções da marca são uma “clara indicação de que a Ford reduzirá sua atuação na Índia, assim como está fazendo em outros países emergentes”.