Pertencente a uma família de classe média, Patrícia Pinheiro, 32 anos, viu a vida desestruturar-se completamente quando passou a usar crack, em 2007. No terceiro mês, ela foi morar na rua, traficou, prostituiu-se e roubou para alimentar o vício.
Patrícia passou por seis internações. Em 2011, quando já estava há dois anos ‘limpa’ (sem usar a droga), teve uma recaída. Em setembro do mesmo ano, voltou a internar-se em uma clínica particular e, desde então, não voltou a usar o crack. “Quando me vi enfrentando as mesmas dificuldades de antes, pensei: ‘ou paro ou vou morrer'”, conta.
Como Patrícia, aproximadamente 23,5 mil pessoas em Salvador e região metropolitana (RMS) eram usuárias de crack em 2012, segundo levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad).
A pesquisa, que é a mais recente sobre o assunto, aponta que 0,81% da população usou regularmente crack e similares (pasta-base, merla e oxi) ao longo de pelo menos seis do referido ano.
“A margem de erro é de 0,76% a 0,86%”, explica a superintendente de prevenção e acolhimento ao usuário de drogas e apoio familiar da Secretaria de Justiça do Estado, Denise Tourinho.
Data comemorativa
Para incentivar ações de combate ao uso da droga, este será o primeiro ano em que, no dia 25 de setembro, comemora-se o Dia Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Crack. A data foi instituída pela Lei 12.954, sancionada pelo governador Jaques Wagner, em fevereiro de 2014.
Em celebração à data, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia promove nove horas de evento.
Uma das iniciativas que contribuíram bastante para a recuperação de Patrícia Pinheiro foi a oportunidade de emprego. Há um ano e seis meses ela trabalha como auxiliar administrativa na clínica de reabilitação Vale Viver, na Estrada do Coco. “O dependente químico tem que ter ocupação, senão o tratamento não adianta”, opina.
Para ela, um dos maiores benefícios que o tratamento lhe proporcionou foi a ‘devolução’ da filha de 10 anos. “Ela não me chamava de mãe, agora passou a me chamar e a ter orgulho de mim”, finaliza.
Locais para tratamento:
Centro Regional de referência Ufba
Universidade Federal da Bahia. Rua Augusto Viana, s/n, Canela. Tel: (71) 3337-1187
Universidade do Estado da Bahia
Rua Silveira Martins, 2.555, Cabula. Tel: (71) 3117-2210
CAPS Gregório de Mattos
Faculdade de Medicina da Bahia da Ufba. Largo Terreiro de Jesus – Pelourinho. Tel: (71) 3283-5547
CAPSAD Pernambués
Rua Thomaz Gonzaga, 23, Pernambués. Tel: (71) 3397-2689
CAPS Gey Espinheira
Estrada de Campinas, 61, Campinas de Pirajá. Tel: (71) 9264-4969
CREAS
Rua Mário Leal Ferreira, s/n, Bonocô. Tel: (71) 3382-3884
CREAS para população de rua
Rua Frederico Lisboa, 3, Roma
Nead
Rua Padre Vieira, 39, Centro Histórico Tel: (71) 3116-6759
Vale Viver (Privado)
Estrada do Coco, Km 11, loteamento Quintas de Abrantes, Qd. E, lote 5. Tel: (71) 3623-4848
Vila Serena (Privado)
Avenida José Leite, 418, Caji, Lauro de Freitas. Tel: (71) 3378-1535
Fonte: A Tarde